segunda-feira, 27 de abril de 2009

QUESTÕES da ESAF (parte 3)


Olá, assíduos deste nosso querido BLOG!

Sintam-se à vontade...

Espero que nossas explicações sejam úteis.

Vamos agora a mais análises?

Quaisquer dúvidas, enviem emails.

À prova!

ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – ESAF/2008

1. Assinale a opção em que o trecho do Valor Econômico (15/01/2008 – com adaptações) apresenta erro gramatical.

a) Várias lições foram aprendidas com o apagão de 2001 e não há dúvida de que a situação em que o País se encontra para prevenir e enfrentar a eventual repetição de cortes forçados de energia são muito melhores que as de sete anos atrás.

b) Há pelo menos dois anos o abastecimento de gás natural deixou de ser confiável, e não será pela proximidade de escassez de energia que o problema mudará de natureza.

c) A questão da necessidade de medidas de economia de energia, sejam elas quais forem ― inclusive a que deveria ser item permanente de todos os governos, todos os anos: a racionalização do uso ―, passou a ser encarada pelo governo como um desafio.

d) O modelo energético atual privilegiou a garantia de fornecimento da energia e a modicidade tarifária para novos empreendimentos. Tem pontos fortes e fracos, como todos os modelos. Ele é estatista e centralizador, sem que, por isso, esteja condenado à ineficiência.

e) Ao contrário, a previsibilidade de todo o sistema é hoje maior, embora isto tampouco seja uma garantia de que as necessidades do futuro serão atendidas por medidas adequadas no presente. Se o planejamento for seguido à risca, a situação da oferta do gás tem condições de melhorar em 2008.


COMENTÁRIOS

Quanto a erros gramaticais, temos que ter, inevitavelmente, alguns conhecimentos acerca de CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA, CRASE e PONTUAÇÃO.
Se alguém indagasse: professor, dentre esses quatro assuntos, qual você acha que é mais comum? Responderia: CONCORDÂNCIA (verbo-nominal).

ITEM A

Várias lições foram aprendidas com o apagão de 2001 e não há dúvida de que a situação em que o País se encontra para prevenir e enfrentar a eventual repetição de cortes forçados de energia são muito melhores que as de sete anos atrás.

Aqui temos um erro de CONCORDÂNCIA, sim senhor, e de Coesão.

...a situação em que o País se encontra para prevenir e enfrentar a eventual repetição de cortes forçados de energia são muito melhores...

Ora, temos o verbo SER, no caso, flexionado “SÃO”. Logo, “O QUE SÃO MELHORES...?”

RESPOSTA: “SITUAÇÃO...” (núcleo do sujeito)

OUTRO ERRO:

...a situação em que o País se encontra para prevenir... é muit melhor que as de sete anos atrás...

A palavra destacada é um pronome que retoma que nome?
RESPOSTA: "situação"
Logo, deveria estar no SINGULAR.

CORREÇÃO:

...a SITUAÇÃO em que o País se encontra para prevenir... É muito MELHOR que A (pronome retomando "situação") de sete anos atrás...

2. O texto abaixo é adaptado de O Estado de S. Paulo, 12/01/2008. Assinale o trecho que apresenta erro gramatical.

a) Embora tenham registrado o expressivo crescimento de 49,2% em 2007, as vendas de máquinas agrícolas, no total de 38,3 mil unidades, ainda ficaram abaixo do recorde registrado em 2004, de cerca de 43 mil unidades.

b) A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que reúne também os fabricantes de máquinas agrícolas, acredita que, na próxima safra, a atividade no campo se manterá intensa, com aumento da área plantada e da produção de grãos.

c) Prevê que, neste ano, as vendas crescerão cerca de 15% em relação às de 2007, resultado muito bom. As novas estimativas do governo para a próxima safra justificam a previsão dos fabricantes.

d) Se ela se confirmar, as vendas do setor alcançarão, e provavelmente superaram, os níveis de 2002 e 2004, o período de melhor desempenho do setor em toda a história, e ao qual se seguiu uma abrupta queda, parcialmente revertida no ano passado.

e) Os fabricantes de máquinas agrícolas confessam-se surpreendidos com os resultados de 2007. Esperavam o crescimento das vendas, mas como disse o vice-presidente da Anfavea para a área de máquinas agrícolas, Milton Rego, “o que surpreendeu foi o vigor da recuperação”.


COMENTÁRIOS

Mais uma vez, na mesma prova, a ESAF cobrou atenção do candidato no que diz respeito a diversos conhecimentos gramaticais.

ITEM D

Se ela se confirmar, as vendas do setor alcançarão, e provavelmente superaram, os níveis de 2002 e 2004, o período de melhor desempenho do setor em toda a história, e ao qual se seguiu uma abrupta queda, parcialmente revertida no ano passado.

1º ERRO: CONCORDÂNCIA

Temos aí o verbo CONFIRMAR. Se pensarmos sempre que toda análise em português se inicia com VERBO e SUJEITO, podemos sim ter melhores desempenhos nos concursos. Logo, houve um erro referente à CONCORDÂNCIA VERBAL, na primeira instância.

“O que vai se CONFIRMAR?”
RESPOSTA: ela. Certo...mas “ela” QUEM?! Ora, esse pronome se refere à palavra VENDAS. Então a concordância correta é:

Se ELAS não se CONFIRMAREM, AS VENDAS...



2º ERRO: EMPREGO DA VÍRGULA

...as vendas do setor alcançarão, e provavelmente superaram, os níveis de 2002 e 2004...

As vírgulas empregadas nesse segmento são injustificadas. A primeira separa um verdadeiro processo de coordenação entre o verbo ALCANÇARÃO e “SUPERARAM”. E a segunda separa o verbo “SUPERARAM” de seu COMPLEMENTO (os níveis...).

CORREÇÃO:

...as vendas do setor alcançarão e provavelmente superaram os níveis de 2002 e 2004...

3º ERRO: FLEXÃO VERBAL

A flexão do verbo SUPERAR está incorreta no contexto. Se com o verbo ALCANÇAR temos a forma no FUTURO, sendo assim teremos também o SUPERAR nesse mesmo tempo.

CORREÇÃO:

...as vendas do setor ALCANÇARÃO e provavelmente SUPERARÃO os níveis de 2002 e 2004...


3. As opções trazem propostas de continuidade ao trecho abaixo, diferentemente redigidas. Assinale a que contém erro de regência e/ou de concordância.

Como ninguém quer falar em aumento de impostos, todos se aferram à expressão mágica: reforma tributária. O tema evoca um país moderno, com distribuição mais justa dos valores arrecadados. (Krieger, Gustavo. “Agenda necessária e agenda possível”, Correio Braziliense, 7/1/2008, p. 4)

a) Bonito na retórica. Quando o assunto chega à mesa de discussões, o clima muda. O governo federal não quer dividir seu caixa. Estados e Municípios sempre querem mais dinheiro.

b) É bonito até chegar à mesa de discussões. Aí ninguém quer perder. Ao contrário: todos lutam para aumentar sua fatia do bolo.

c) Tudo vai bem até o assunto chegar à mesa de discussões. União, Estados e Municípios se digladiam para não perderem nenhuma partezinha do que arrecadam. O que querem mesmo é ganhar mais.

d) Todos concordam até se sentarem na mesa de discussões, quando se inicia os mais acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.

e) Falar em reforma tributária é bonito. O xis da questão é botá-la no papel, quando os interesses da União, Estados e Municípios se chocam na busca de uma fatia maior do bolo para cada um.


COMENTÁRIOS

Nessa questão agora, o enunciado é bem evidente quanto à cobrança do conteúdo:
erros relativos ou à CONCORDÂNCIA ou à REGÊNCIA.


ITEM D

Todos concordam até se sentarem na mesa de discussões, quando se inicia os mais acalorados debates.

1º ERRO: REGÊNCIA VERBAL

O verbo SENTAR exige tanto a preposição EM quanto A. Isso, porém, resulta em diferença semântica, isto é, sentidos distintos. A oscilação entre uma e outra preposição referente a um mesmo verbo não é exclusividade do lexema em questão.
Temos, por exemplo, o verbo IR, que pode ser construído tanto com a preposição A como PARA, entretanto com mudanças de significado.

Exemplo:

1. Vamos a Curitiba. (a idéia da preposição sugere “momentaneidade”).

2. Vamos para Curitiba (já aqui a idéia incide em “estabilidade”).


No caso do verbo SENTAR, temos as possíveis construções com as devidas sugestões:

1. Sentamos à mesa. (estar próximo, adjacente)
2. Sentamos na mesa. (estar em cima)

Sendo assim, somente o contexto nos dirá que preposição é mais adequada para determinada situação.

Pelo ambiente em que se encontra o verbo SENTAR, a construção mais provável seria com a preposição A, pois é possível a inferência de que, como se trata de uma sessão, as pessoas, no geral, não se sentam “em cima” da mesa de reunião.

2º ERRO: CONCORDÂNCIA VERBAL

...quando se inicia os mais acalorados debates.

O verbo INICIAR tem quem como SUJEITO?
Se mudássemos a posição dos termos da frase, isto é, colocássemo-la (que palavra heim...hahaha) na ordem direta, teríamos:

...quando os mais acalorados debates se INICIA (?)

Aqui há, portanto, um erro de concordância verbal, pois o sujeito do verbo INICIAR-SE é OS MAIS ACALORADOS DEBATES, cujo núcleo está no plural (DEBATES).

CORREÇÃO:

...quando SE INICIAM os mais acalorados DEBATES (núcleo do sujeito).






Espero que todos tenham apreendido perfeitamente as explicações.

Dúvidas, sugestões, reclamações ou elogios são sempre bem-vindos!

Por enquanto é só.

Prof. Hugo Magalhães

domingo, 19 de abril de 2009

QUESTÕES da ESAF


Olá, senhores e senhoritas!

Mais uma vez estamos aqui para nos distrair com algumas questões de concurso público. E de novo temos a famosa ESAF!
Essa organizadora nos deixa, em alguns momentos, apreensivos com a elaboração de suas provas, uma vez que é bastante exigente.
Portanto, nosso objetivo único aqui é direcionar o candidato para o êxito.
Fique à vontade.
Desfrute.
Explore.
Analise.
Estude.

Reclamações, sugestões e elogios são sempre bem-vindos!

Vamos dar uma olhada?

(MTE – AUDITOR FISCAL – ESAF/2006)

1. Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro.

a) A Primeira Revolução Industrial pode ser entendida como uma guinada de todos os indicadores econômicos ingleses, sobretudo nas duas últimas décadas do século XVIII.

b) Tal avanço dos indicadores econômicos tiveram várias razões: a intensificação do Comércio Internacional desde o século XVI, a Revolução Agrícola (e a expulsão de vastos contingentes de campesinos para as cidades), o surgimento de uma indústria têxtil inglesa etc.

c) Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm chama de a “partida para o crescimento auto-sustentável”. Por “crescimento auto-sustentável” entende-se: o poder produtivo das sociedades humanas, até então sujeito a variáveis climáticas ou demográficas, tornou-se crescente e constante – livre de epidemias, fomes, pestes ou intempéries, que regularmente ceifavam grandes contingentes de mão-deobra em quase toda a Europa.

d) Contraposto à Idade Média, em que o problema crônico da produção era a falta de homens e mulheres nos campos (e não de terras), o período que se segue à Revolução Industrial é aquele em que o homem começa a tornar-se um pouco mais supérfluo.

e) Como explicita Hobsbawm, trata-se de período em que, às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um sistema fabril mecanizado que produzia “em quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado”.

(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo.http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)


COMENTÁRIOS

Uma questão bem interessante: “Assinale a opção em que apresenta ERRO”.
Nessas circunstâncias, não se sabe qual conhecimento específico a organizadora exige do candidato. Podemos, no entanto, arrolar algumas possibilidades de erro quanto à CRASE, CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA e PONTUAÇÃO (voltada, principalmente, à separação de SUJEITO e VERBO e COMPLEMENTO).
Portanto, todo cuidado é pouco.

RESPOSTA: ITEM B

O erro está logo na primeira linha do item.

Tal avanço dos indicadores econômicos tiveram várias razões:

Observe o verbo TER. Ele está no plural, por quê?
“QUEM ou O QUE teve várias razões?”
A resposta a isso é o SUJEITO.

Logo: o que teve várias razões foi o

“tal AVANÇO dos indicadores econômicos TEVE...

Nesse caso, o verbo vai concordar com o NÚCLEO do SUJEITO - AVANÇO.
Já comentamos aqui no BLOG sobre as reais possibilidades de caírem questões de concordância desse mesmo jeito. Assim, quando o enunciado exigir erro de CONCORDÂNCIA VERBAL, o candidato tem de ficar atento para o verbo e o núcleo do sujeito. Isso vale tanto para provas da ESAF quando da CARLOS CHAGAS (FCC).

Não obstante, a questão supracitada não deixa explícito o que pede.


2. Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção gramaticalmente correta.

a) O primeiro interesse dos espanhóis e portugueses pela América foi o ouro acumulado. A mera exploração do ouro, no entanto, não assegurou à Portugal a manutenção da colônia, ameaçada de ocupação. Nesse período, somente a ocupação representava verdadeiro domínio. Por outro lado, os gastos de defesa eram bastante elevados.

b) Como os portugueses já possuíam experiência no cultivo do açúcar em grande escala nas ilhas do Atlântico, a junção desse conhecimento técnico dos portugueses
com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa permitiriam a produção do açúcar em larga escala no Brasil.

c) O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não haviam na colônia e o transporte de Portugal era economicamente inviável.

d) Na expansão da plantação do açúcar no Brasil, Portugal utilizou-se, inicialmente, do trabalho de índios escravizados. Mas o sistema de monopólio da produção do açúcar entraram em decadência com o início da produção nas ilhas das Antilhas, fazendo com que o preço do produto caísse.

e) A necessidade política de colonização das terras e a ausência de mão-de-obra excedente na Península Ibérica, na época, levaram Portugal a optar pela introdução da mão-de-obra escrava africana (negra).

(SidneiMachado.http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463)


COMENTÁRIOS

Realmente a ESAF gosta de questões desse tipo: conhecimentos gramaticais.
Nesse caso, atentaremos, mais uma vez, para CRASE, CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA e PONTUAÇÃO.
Na questão anterior havia um erro quanto à CONCORDÂNCIA VERBAL.


ITEM A

ERRO quanto à CRASE.

O primeiro interesse dos espanhóis e portugueses pela América foi o ouro acumulado. A mera exploração do ouro, no entanto, não assegurou à Portugal a manutenção da colônia, ameaçada de ocupação. Nesse período, somente a ocupação representava verdadeiro domínio. Por outro lado, os gastos de defesa eram bastante elevados.

Bem, PORTUGAL é uma palavra que não aceita artigo.
Você diz:

Ex1: PORTUGAL tem uma arquitetura antiga.
Ex2: PORTUGAL é um dos berços da civilização ocidental.
Ex3: PORTUGAL destacou-se como grande desbravador dos mares.

Entre outros exemplos. Isto é, não existe a presença do artigo.

E se no lugar da preposição A tivéssemos a preposição PARA?

Ex1: A mera exploração do ouro, no entanto, não assegurou à Portugal...

Veja:

Ex2: A mera exploração do ouro, no entanto, não assegurou PARA Portugal...

Percebe? Se aparece a preposição PARA, então só deverá aparecer a preposição A!

CORREÇÃO:

A mera exploração do ouro, no entanto, não assegurou A Portugal...


ITEM B

ERRO quanto à CONCORDÂNCIA VERBAL.

Como os portugueses já possuíam experiência no cultivo do açúcar em grande escala nas ilhas do Atlântico, a junção desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa permitiriam a produção do açúcar em larga escala no Brasil.

“Quem ou o que PERMITIRIA a produção do açúcar em larga escala no Brasil?”

A resposta é o SUJEITO do verbo.

Ora,

...a JUNÇÃO desse conhecimento técnico dos portugueses
com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa PERMITIRIA a produção...

O núcleo do sujeito é JUNÇÃO.
Na verdade, deixamo-nos influenciar pela regência do nome JUNÇÃO, pois exige dois complementos: JUNÇÃO DE ALGO COM ALGO.
Porém, JUNÇÃO é o núcleo do sujeito. Logo, o verbo concordará somente com ele, e não com sua idéia de plural a partir de seus complementos.

ITEM C

ERRO quanto à CONCORDÂNCIA VERBAL.

O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não haviam na colônia e o transporte de Portugal era economicamente inviável.

O verbo HAVER, nesse caso, está no sentido de EXISTIR. Sendo assim, fica no singular, e não no plural.

CORREÇÃO:

O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não HAVIA na colônia e o transporte de Portugal era economicamente inviável.


ITEM D

ERRO quanto à CONCORDÂNCIA VERBAL.

Na expansão da plantação do açúcar no Brasil, Portugal utilizou-se, inicialmente, do trabalho de índios escravizados. Mas o sistema de monopólio da produção do açúcar entraram em decadência com o início da produção nas ilhas das Antilhas, fazendo com que o preço do produto caísse.

Ora, “QUEM ou O QUE entrou em decadência com o início da produção...?”
A resposta é o SUJEITO, naturalmente.

Logo:

“mas o SISTEMA de monopólio da produção do açúcar ENTROU...”

ITEM E - CORRETO



(ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESAF/2006)

3. Ao texto original, foram feitas alterações morfossintáticas. Assinale a opção que apresenta o único trecho que restou inteiramente correto, quanto aos ditames da norma padrão da língua escrita e às exigências textuais de coesão e coerência.

a) No crescimento do PIB, no ano de 2004, teve significativa importância a expansão do consumo interno e do investimento, e não apenas o das exportações, como em surtos de crescimento anteriores.

b) Foram responsáveis, internamente, por essa expansão: o consumo das famílias que cresceu 4,3% ao ano e o crescimento do investimento da ordem da mais alta taxa desde o final de 1997, bem como das exportações de bens e serviços.

c) A resposta à indagação sobre é viável sustentar taxas de crescimento do PIB real em torno dos 5% ao ano é a de um sim. Mas temos de torcer para que não ocorrem acidentes externos com fortes impactos negativos.

d) Ademais, é fundamental que se atue para elevar nossas taxas de poupança e de investimento a níveis compatíveis com a sustentação do crescimento
– o que exige a criação de um ambiente favorável ao investimento e pela ampliação da capacidade de mobilizar poupança, especialmente a doméstica.

e) A poupança doméstica necessita de ser estimulada para assegurar um crescimento elevado e duradouro do PIB real. A poupança privada requer políticas que lhe estimulem.

(Charles C. Mueller, UnB Revista, Ano IV, n. 11, mai/jun/jul 2005, com modificações)


COMENTÁRIOS


ITEM A

No crescimento do PIB, no ano de 2004, teve significativa importância a expansão do consumo interno e do investimento, e não apenas o das exportações, como em surtos de crescimento anteriores.

Houve ERRO de COESÃO (referencial).

A referência do pronome O no trecho “...e não apenas o das exportações...” é a palavra “EXPANSÃO”. Logo, teria de ser um pronome FEMININO.

Isto é, “teve significativa importância A EXPANSÃO do consumo interno e do investimento, e não apenas A (= EXPANSÃO) das exportações...”.


ITEM B

Foram responsáveis, internamente, por essa expansão: o consumo das famílias que cresceu 4,3% ao ano e o crescimento do investimento da ordem da mais alta taxa desde o final de 1997, bem como das exportações de bens e serviços.

ERRO de COESÃO.

A expressão em destaque refere-se a “crescimento”.

Veja:

...e o crescimento DO investimento...e DAS EXPORTAÇÕES...

Nesse caso, para resgatar a palavra “crescimento” é necessária a colocação de um pronome. Sendo assim

“...e o crescimento do investimento da ordem da mais alta taxa desde o final de 1997, bem como O (= crescimento) das exportações...”


ITEM C

A resposta à indagação sobre é viável sustentar taxas de crescimento do PIB real em torno dos 5% ao ano é a de um sim. Mas temos de torcer para que não ocorrem acidentes externos com fortes impactos negativos.

ERRO de CLAREZA TEXTUAL e FLEXÃO VERBAL.

O primeiro período desse excerto é de difícil entendimento.
Uma construção possível para isso seria

“É afirmativa a resposta a respeito da viabilidade de se sustentarem taxas de crescimento do PIB real em torno dos 5% ao ano”.

O segundo período apresenta um erro quanto à correta flexão do verbo OCORRER, o qual deveria estar no PRESENTE DO SUBJUNTIVO, no sentido de FUTURO (isso mesmo...).

Mas temos de torcer para que não OCORRAM acidentes...


ITEM D – CORRETO

Ademais, é fundamental que se atue para elevar nossas taxas de poupança e de investimento a níveis compatíveis com a sustentação do crescimento – o que exige a criação de um ambiente favorável ao investimento e pela ampliação da capacidade de mobilizar poupança, especialmente a doméstica.

ITEM E

ERRO de REGÊNCIA.

A poupança doméstica necessita de ser estimulada para assegurar um crescimento elevado e duradouro do PIB real. A poupança privada requer políticas que lhe estimulem.

O verbo NECESSITAR, nesse ambiente, está funcionando como verbo AUXILIAR da locução verbal formada por este verbo e por SER e ESTIMULAR.

Veja:

NECESSITAR (auxiliar) + SER (auxiliar) + ESTIMULAR (principal)

Tendo essa propriedade, sua REGÊNCIA não mais admite preposição, simplesmente por ser ele, agora, AUXILIAR, e não principal. Nesse contexto, o verbo NECESSITAR indica, como ele mesmo já exprime, necessidade, coação.
Isso não é característica própria desse verbo.

Veja:

Aquela questão precisava ser estudada com calma.

Temos, nesse exemplo, o verbo PRECISAR como AUXILIAR, assim como SER, do verbo ESTUDAR. Logo, nessas circunstâncias não há preposição.

CORREÇÃO:

A poupança doméstica necessita ser estimulada para assegurar...

O outro erro de REGÊNCIA é voltado para o correto emprego dos pronomes átono em relação ao verbo.

Veja:

A poupança privada requer políticas que lhe estimulem.

LHE é OBJETO INDIRETO, no geral. Mas também pode ser ADJUNTO ADNOMINAL (quando indicar posse) ou COMPLEMENTO NOMINAL (completando o sentido de um nome).
Nesse caso, infelizmente a “escolha” foi errada. Já que o verbo ESTIMULAR é TRANSITIVO DIRETO, então exige OBJETO DIRETO. O pronome LHE, porém, não exerce tal função. É aí que está o erro.

CORREÇÃO:

Coloquemos, portanto, um pronome átono que funcione como OBJETO DIRETO do verbo ESTIMULAR.

A poupança privada requer políticas que O (=crescimento elevado e duradouro do PIB real) estimulem.

Espero que tenham entendido a breve explicação.
Lembre-se reclamações, sugestões e elogios são sempre bem-vindos!
Abraços a todos!
Prof. Hugo Magalhães

quarta-feira, 15 de abril de 2009

FLEXÃO VERBAL - FCC



Sim, sim, sim, senhores!


Mais uma vez estamos aqui para administrar uma breve explicação.


Hoje vamos tratar de um conteúdo tão comum nas provas de português em geral como também, principalmente, nas provas aplicadas pela CARLOS CHAGAS: FLEXÃO VERBAL.


Sinta-se à vontade e explore tudo!


Reclamações, sugestões e elogios são bem-vindos!


Agora, à questão!


1. TRT 2004

O verbo flexionado de forma INCORRETA está grifado na frase:

(A) Com base na legislação vigente, os promotores propuseram às autoridades responsáveis as penalidades cabíveis.
(B) Alguns policiais requiseram o cumprimento do dispositivo legal para garantir sua segurança durante as diligências.
(C) Estudam-se alterações no conteúdo de certas leis para que eles dêem resultados positivos no controle da violência.
(D) Apesar de rígidas, as condições de encarceramento para criminosos ainda contêm a ocorrência de atos de violência.
(E) Ninguém ainda se deteve para analisar os resultados da aplicação rigorosa de penalidades aos detentos.

COMENTÁRIOS

Como sempre, é um prazer imenso estar aqui para compartilhar esse conhecimento. Pois, o que vale um saber sem a participação com os demais? Não é mesmo? Desse modo, realizo-me profissionalmente, e todos ficamos felizes! Rá!

Vamos ao que interessa...sempre de acordo com Jack Estripador...”por partes...”. Ou como Tom Araya, vocalista do Slayer, na música PIECE BY PIECE (quem quiser verificar a tradução dessa música...ela é sinistra!!!).

ITEM POR ITEM.

LEMBRE-SE: A QUESTÃO PEDE O ITEM INCORRETO!

ITEM A

É CERTO aparecerem em provas da Carlos Chagas questões dessa natureza. Aqui, exige-se do candidato o conhecimento quanto à correta flexão do verbo. Perceba que são verbos de difícil conjugação. Porém, para isso, há uma saída.

Veja:

Com base na legislação vigente, os promotores propuseram às autoridades responsáveis as penalidades cabíveis.

Trata-se do verbo PROPOR. Ora, esse verbo é DERIVADO do verbo POR.
Assim: PRO + POR.

Façamos isto:

Esqueçamos o contexto em que o verbo está e empreguemos o próprio verbo POR na mesma conjugação.

Com base na legislação vigente, os promotores PUSERAM...

Se adicionarmos o prefixo PRO -

Com base na legislação vigente, os promotores PRO .+ PUSERAM...= PROPUSERAM

CONCLUSÃO: não marcar.


ITEM B

Alguns policiais requiseram o cumprimento do dispositivo legal para garantir sua segurança durante as diligências.

Temos o verbo REQUERER. Esse verbo exige bastante atenção. Muitos pensam que ele se conjuga de acordo com o verbo QUERER. Isso não é verdade, em absoluto.

1. Por exemplo, se fôssemos conjugar o verbo QUERER no PRESENTE DO INDICATIVO (que expressão estranha, né...) seria:

EU QUERO
TU QUERES
ELE QUERER
NÓS QUEREMOS
------------------------
ELES QUEREM

Por outro lado, se fôssemos, agora, conjugar o REQUERER.

EU REQUEIRO
TU REQUERES
ELE REQUER
NÓS REQUEREMOS
---------------------------
ELES REQUEREM

Veja o confronto:

Eu – QUERO / REQUEIRO

Percebeu a diferença? Então, no presente do indicativo há uma diferença sutil somente na primeira pessoa do singular.

2. Agora no PRETÉRITO PERFEITO (passado acabado, não-habitual, não-durativo):

EU ================= QUIS – REQUERI
TU ================= QUISESTE – REQUERESTE
ELE ================ QUIS – REQUEREU
NÓS ================QUISEMOS – REQUEREMOS
ELES ===============QUISERAM – REQUERERAM

Existem, nesse tempo, diferenças mais evidentes.

E é aqui que reside o problema!

Alguns policiais requiseram o cumprimento...

O verbo REQUERER está, nesse contexto, empregado no pretérito perfeito.

Particularmente, nesse caso, então, haverá diferenças entre as formas.

1. Se fosse o verbo QUERER:

Alguns policiais QUISERAM...

Porém, aqui, o verbo REQUERER não assumirá forma idêntica à do verbo QUERER.

Portanto, a flexão correta é:

Alguns policiais REQUERERAM...

CONCLUSÃO: este é o ITEM A MARCAR.


ITEM C

Estudam-se alterações no conteúdo de certas leis para que eles dêem resultados positivos no controle da violência.

Está correta a flexão do verbo DAR nesse contexto. O verbo DAR é um daqueles verbos que, no plural, aparecem DOIS És. Assim como nos verbos CRER, LER e VER.

É o famoso: “CRÊ – DÁ – LÊ – VÊ”. A dica.

Veja: CREEM – DEEM – LEEM – VEEM

Segundo a nova ortografia, este acento circunflexo desaparecerá.

Analisando a frase do item C:

....para que ELES CREEM...
...para que ELES DEEM...
...para que ELES LEEM...
...para que ELES VEEM...

CONCLUSÃO: não marcar.


ITEM D

Apesar de rígidas, as condições de encarceramento para criminosos ainda contêm a ocorrência de atos de violência.


Trata-se do verbo CONTER, que, por sinal, é DERIVADO do TER. Assim como o MANTER, RETER, DETER. Esses são os mais comuns.

O verbo TER na terceira pessoa do plural, isto é, em concordância com o pronome ELES, apresenta o acento circunflexo.

Veja:

ELES TÊM.

Logo, seus derivados também serão escritos dessa forma. Veja:

ELES TÊM – CONTÊM – DETÊM – RETÊM


CONCLUSÃO: não marcar.


ITEM E

Ninguém ainda se deteve para analisar os resultados da aplicação rigorosa de penalidades aos detentos.

Trata-se do verbo DETER, que é DERIVADO (como já sabemos) do TER:

Veja: DE + TER. Conjuga-se o TER e é só adicionar o DE.

Assim: EU TENHO / DE + TENHO = DETENHO

O verbo está no tempo passado, então:

EU ===========TIVE – DE + TIVE = DETIVE
TU ===========TIVESTE – DE + TIVESTE = DETIVESTE
ELE ==========TEVE – DE + TEVE = DETEVE

CONCLUSÃO: não marcar.


2. TRF - 2003

Está correta a flexão de todos os verbos empregados na frase:

(A)) Se ninguém intervier em nosso planejamento turístico, não haverá como levá-lo a um nível de excelência.
(B) Aquele que se dispor a investir num turismo bem planejado por certo não virá a se arrepender.
(C) É preciso que se detinha aquele turismo de tipo predatório, que tanto prejudica o meio ambiente.
(D) Se não expormos de modo planejado nossas riquezas naturais e culturais, não haverá quem as venha conhecer.
(E) Se não convisse investir pesadamente nos empreendimentos turísticos, a Europa não o estaria fazendo há tanto tempo.


COMENTÁRIOS

Dica: encontre, item por item, o verbo que mais exige atenção. Feito isso, analise.

ITEM A

Se ninguém intervier em nosso planejamento turístico, não haverá como levá-lo a um nível de excelência.

O verbo mais complexo é o INTERVIER, que é a forma conjugada do verbo INTERVIR.

Ora, esse verbo INTERVIR é derivado do VIR.

Veja: INTER + VIR. Logo, conjugando-se o VIR, conjuga-se também o INTERVIR.

EU VENHO / INTER + VENHO = INTERVENHO
TU VENS / INTER + VENS = INTERVÉNS (está acentuado porque é um oxítono)
ELE VEM / INTER + VEM = INTERVÉM (está acentuado porque é um oxítono)

No caso da questão:

Com o verbo VIR: Se ninguém VIER...

Então com o verbo INTERVIER: Se ninguém INTERVIER...

CONCLUSÃO: ITEM CORRETO


ITEM B

Aquele que se dispor a investir num turismo bem planejado por certo não virá a se arrepender.

O verbo de conjugação mais complexa é o DISPOR.
Ora, esse verbo é DERIVADO do verbo POR.

Assim: DIS + POR = DISPOR

Então, conjugando o verbo POR, conjuga-se imediatamente o DISPOR.

Veja:

EU PONHO / DIS + PONHO = DISPONHO
TU PÕES / DIS + PÕES = DISPÕES
ELE PÕE / DIS + PÕE = DISPÕE

Conjugando de acordo com o tempo empregado na frase, no caso FUTURO do SUBJUNTIVO, teremos:

1. Com o verbo POR:

Aquele que se PUSER...

2. Com o verbo DISPOR:

Aquele que se DISPUSER...


CONCLUSÃO: não marcar.


ITEM C

É preciso que se detinha aquele turismo de tipo predatório, que tanto prejudica o meio ambiente.

O problema, nesse caso, não está relacionado à flexão em si do verbo, mas à flexão condizente com o tempo verbal sentido na frase.

Porque a forma DETINHA faz parte, sim, de uma das formas que o verbo DETER pode assumir. No entanto, essa forma marca o PASSADO, sendo mais exato, o PRETÉRITO IMPERFEITO.
A questão exige a forma PRESENTE do SUBJUNTIVO, que, ironicamente, indica FUTURO (numa outra oportunidade iremos estudar detalhadamente os tempos verbais).

Então: É preciso que se DETENHA...

Essa seria a explicação gramatical. Ela, porém, parece-nos um tanto complexa.

Sejamos, então, mais simples!

Façamos isto: já que o verbo DETER (DE + TER) é derivado do TER, vamos colocar o verbo TER nesse contexto e verificar como ele se apresenta:

Veja:

É preciso que se TENHA... (e não “se TINHA”).

Se DETER é DE + TER, temos:

É preciso que se DETENHA...

CONCLUSÃO: não marcar.


ITEM D

Se não expormos de modo planejado nossas riquezas naturais e culturais, não haverá quem as venha conhecer.

O verbo de difícil conjugação, nesse caso, é o EXPOR.

Ora, o EXPOR é derivado do...(adivinha) POR.

É aquela coisa...SE O EXPOR (EX + POR) É DERIVADO DO POR, ENTÃO BASTA CONJUGAR O POR...e correr pro abraço!!!

Veja:

Se não PORMOS...(?????)

O certo é SE NÃO PUSERMOS...

Então, com o verbo EXPOR:

Se não EXPUSERMOS...

CONCLUSÃO: não marcar.

ITEM E

Se não convisse investir pesadamente nos empreendimentos turísticos, a Europa não o estaria fazendo há tanto tempo.

O verbo é CONVIR, que é DERIVADO do VIR. Então, basta conjugar o VIR.

Veja:

Se não VIESSE...

Logo:

Se não CON +VIESSE = CONVIESSE...

CONCLUSÃO: não marcar.


3. TRF – 2003

Estão corretos o emprego e a forma das duas formas verbais sublinhadas na frase:

(A) Quero que constem nos autos que tanto ele quanto ela ainda é réu primário.
(B) Se eles não interporem recurso, quem mais poderão fazê-lo?
(C) A menos que sejem indiciados, haverão de ser liberados imediatamente.
(D)) Providenciarei tudo o que me requererem, desde que haja recursos para fazê-lo.
(E) Se a defesa propor um acordo, é bem possível que o promotor e seu auxiliar venha a aceitá-lo.


COMENTÁRIOS:

Dica: perceba se os verbos em destaque são derivados ou não. Se o forem, conjugue-os de acordo com o verbo primitivo.

ITEM A

Quero que constem nos autos que tanto ele quanto ela ainda é réu primário.


O problema é de concordância verbal.
Primeiro:
Quero que CONSTE nos autos que tanto ele quanto ela...
Na verdade, o sujeito do verbo CONSTAR é a oração consequente: QUE TANTO ELE QUANTO ELA...
Logo, o verbo fica no SINGULAR. Trata-se, portanto, de um sujeito ORACIONAL, pois é representado por uma oração, obviamente.
Faz-se a pergunta: "Quer que CONSTE o quê?" A resposta é o SUJEITO.
Segundo:
A expressão correlativa TANTO ELE...QUANTO ELA exige verbo no plural. Ou seja, “ELE e ELA”. É uma adição, soma, inclusão.

Correção:

Quero que CONSTE nos autos que tanto ele quanto ela SÃO RÉUS PRIMÁRIOS.

CONCLUSÃO: item incorreto.

ITEM B

Se eles não interporem recurso, quem mais poderão fazê-lo?

Há dois erros nessa sentença.

1º ERRO: FLEXÃO VERBAL.

O verbo é INTERPOR, que é derivado do POR. Então, basta conjugar de acordo com o primitivo e depois fazer os devidos ajustes.

Se eles não PUSEREM...

Logo:

Se eles não INTERPUSEREM...

2º ERRO: CONCORDÂNCIA VERBAL (também relacionado, é claro, à flexão).

...quem mais poderão fazê-lo?

O verbo PODER deveria estar no SINGULAR para concordar com o seu sujeito QUEM.

Logo:

...quem mais PODERÁ...

CONCLUSÃO: não marcar.


ITEM C

A menos que sejem indiciados, haverão de ser liberados imediatamente.

Trata-se do verbo SER.

Bem, a forma SEJEM não aparece em nenhum momento na conjugação desse verbo.


O certo é SEJAM.

Exemplos:

Espero que eles SEJAM felizes.
Quero que meus alunos SEJAM grandes pessoas.

O verbo HAVER, no caso, está correto. Está funcionando como AUXILIAR, sendo assim, pode-se trocar pelo verbo TER.

Veja:

....HAVERÁ de ser liberados = TERÃO de ser liberados...

CONCLUSÃO: não marcar.



ITEM D

Providenciarei tudo o que me requererem, desde que haja recursos para fazê-lo.

Temos agora o verbo REQUERER. Na questão anterior, analisamos brevemente a respeito desse camarada. Então, vamos aplicar o que aprendemos.

À primeira vista, parece que a flexão está errada. Mas, tendo um pouco mais de atenção, você verá que está, sim, correto.

PENSAMENTO EQUIVOCADO:

Providenciarei tudo o que me REQUISEREM...(????)

PENSAMENTO CORRETO:

Nesse caso, a forma do verbo REQUERER é mesmo REQUEREREM.

Em relação à questão analisada, veja o confronto entre os dois: QUERER e REQUERER:

(QUANDO) EU QUISER / (QUANDO) EU REQUERER
(QUANDO) TU QUISERES / (QUANDO) TU REQUERERES
(QUANDO) ELE QUISER / (QUANDO) ELE REQUERER
(QUANDO) NÓS QUISERMOS / (QUANDO) NÓS REQUERERMOS

(QUANDO) ELES QUISEREM / (QUANDO) ELES REQUEREREM

Mais:

O verbo HAVER está corretamente flexionado. Este verbo quando estiver no sentido de EXISTIR, OCORRER ou ACONTECER permanece no SINGULAR.

...desde que haja (EXISTAM, OCORRAM) recursos para fazê-lo.


CONCLUSÃO: ITEM CORRETO.


ITEM E

Se a defesa propor um acordo, é bem possível que o promotor e seu auxiliar venha a aceitá-lo.

O verbo é PROPOR. Ora, ele é derivado do POR. Logo, basta conjugar de acordo com o primitivo e fazer os necessários ajustes.

PROPOR = PRO + POR.

1. Com o verbo POR:

Se a defesa PUSER...

2. Então, com o verbo PROPOR:

Se a defesa PROPUSER...

O outro erro diz respeito à concordância verbal.

...é bem possível que o promotor e seu auxiliar venha a aceitá-lo.

Correção:

...é bem provável que o PROMOTOR e seu AUXILIAR venham a aceitá-lo.

CONCLUSÃO: não marcar.


Mais uma vez, despeço-me com muita saudade, já pensando no próximo assunto a ser abordado aqui.


Espero que todos tenham apreendido bem as explicações apresentadas.


Por enquanto só.


Prof. Hugo Magalhães.


terça-feira, 7 de abril de 2009

QUESTÕES de GRAMÁTICA


Olá, senhoritas e senhores!

Temos hoje questões de aplicação de regras gramaticais.

Vamos ao que interessa?

1. Assinale a alternativa em que o verbo em destaque se apresenta com a mesma regência do grifado no período abaixo.

“Apenas lhe informaram que os bens de Domingos Leite haviam sido confiscados.”

a) “Com que então eu amava Capitu, e Capitu a mim?”

b) “Também não me esqueceu o que me fez uma tarde.”

c) “Então, Capitu abanava a cabeça (...): mas eu retorquia chamando-lhe maluca.”

d) “José Dias (...) a quem eu perdoava tudo, o mal que dissera, o mal que fizera (...).”


COMENTÁRIOS

O enunciado deixa bem claro: a questão trata de REGÊNCIA VERBAL.

O verbo INFORMAR exige dois complementos: UM SEM PREPOSIÇÃO; OUTRO, COM.

Veja:

1. Quem informa informa ALGO a ALGUÉM
2. Quem informa informa ALGUÉM de ALGO


ITEM A

Amar é verbo que pede só um complemento.

CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.

ITEM B

O verbo ESQUECER é de curiosa regência.

Vamos notar as possibilidades de construção com esse verbo.

a) SENDO PRONOMINAL (isto é, construído com um pronome oblíquo de mesma pessoa que o verbo): VTI

1. Eu me esqueci dos meus documentos.

Perceba, nesse caso, que o pronome ME é de 1ª pessoa, enquanto a forma verbal ESQUECER também é de 1ª pessoa. O verbo é Transitivo Indireto.

b) NÃO SENDO PRONOMINAL: VTD

2. Eu esqueci os meus documentos.

c) A “COISA” ESQUECIDA É O SUJEITO: VTI

3. Esqueceu-me este acontecimento.


E se fosse a construção assim:

Esqueceu-me DESTE ACONTECIMENTO. ????

Primeiro: o verbo não é pronominal, isto é, o pronome ME é de 1ª pessoa, enquanto o verbo é de 3ª pessoa.

Segundo: “este acontecimento” é a “coisa” esquecida, logo tem de ser SUJEITO.

É o caso do item.

“Também não me esqueceu o que me fez uma tarde.”

Reescrevendo a frase:

“O que me fez uma tarde também não me esqueceu”.

O “o” é SUJEITO do verbo ESQUECER, que é TRANSITIVO INDIRETO.

“Aquilo que me fez uma tarde não esqueceu a mim”.

CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.


ITEM C

“Então, Capitu abanava a cabeça (...): mas eu retorquia chamando-lhe maluca.”

O verbo CHAMAR não exige dois complementos, como a questão pede com o verbo INFORMAR.

Nesse item, o verbo é Transitivo Indireto. E “maluca” é o complemento atributivo do objeto. Em outras palavras, é o PREDICATIVO DO OBJETO.

CHAMANDO (VTI) + LHE (OI) + MALUCA (P.O)

Construções possíveis com esse verbo, no sentido de DAR NOME A. Ora é TRANSITIVO DIRETO ora é TRANSITIVO INDIRETO.

1. Chamei-o de doido.
2. Chamei-o doido.
3. Chamei-lhe de doido.
4. Chamei-lhe doido.

CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.


ITEM D

“José Dias (...) a quem eu perdoava tudo, o mal que dissera, o mal que fizera (...).”

Ora, quem perdoa perdoa ALGO a ALGUÉM. Isto é, o verbo PERDOAR exige dois complementos verbais.

Veja:

“José Dias (...) a quem eu perdoava tudo,..” A frase é

“Eu perdoava tudo a José Dias”.

Sintaticamente:

EU – SUJEITO
PERDOAVA – VTDI
TUDO – OBJETO DIRETO
A QUEM (referente a José Dias) – OBJETO INDIRETO

CONCLUSÃO: ITEM A MARCAR.


2. Há uma alternativa cujo emprego da crase é obrigatório. Assinale-a.

a) Ao ouvir a música, Clarissa chegou-se até à janela.

b) Eleonora entregou o presente de aniversário à Márcia.

c) Os guardas ficaram à distância de cem metros do local da explosão.

d) Joana, quando voltou à sua residência, na terça-feira, encontrou-a assaltada.


COMENTÁRIO

ITEM A

...Clarissa chegou-se até à janela.

Construções possíveis com ATÉ.

1. Chegou-se ATÉ o parque.
2. Chegou-se ATÉ ao parque.

A presença do artigo na palavra “parque” é facultativa. Logo CRASE FACULTATIVA.

1. Chegou-se ATÉ a janela.
2. Chegou-se ATÉ à janela.

CONCLUSÃO: não marcar.


ITEM B


Eleonora entregou o presente de aniversário à Márcia.

Aprende-se que diante de substantivos próprios femininos é facultativa a CRASE.
Sim, há alguma verdade nisso. Porém, vamos analisar o item.

...entregou o presente À MARCIA.

“Márcia” insere-se na regra, portanto. Por outro lado, a interpretação da frase sugere que “Márcia” é uma pessoa conhecida, íntima do locutor ou de Eleonora. Isso se deve porque existe a presença do artigo em relação ao substantivo. Quando empregamos um artigo a um substantivo próprio, referente a pessoas, indica intimidade.

Confrontando:

a) ...entregou o presente à Márcia (COM INTIMIDADE).
b) ...entregou o presente a Márcia. (SEM INTIMIDADE).

1. O Machado de Assis nasceu em Botafogo. (FRASE INCORRETA)

Será mesmo que o locutor teve intimidade com o famoso autor?

2. Machado de Assis nasceu em Botafogo. (FRASE CORRETA)

Veja esta frase:

3. Lucas, entregue este presente a Denise, minha filha.

A frase está INCORRETA. Ora, DENISE é filha do locutor, logo teria de haver a presença do ARTIGO, consequentemente CRASE.

3.1. Lucas, entregue este presente à Denise, minha filha. (FRASE CORRETA).

Estejamos atentos, portanto.

CONCLUSÃO: não marcar.


ITEM C

Os guardas ficaram à distância de cem metros do local da explosão.

À DISTANCE DE é locução prepositiva feminina, logo CRASE.

Assim como: À PROCURA DE, À FRENTE DE, À ESPERA DE etc.

CONCLUSÃO: ITEM A MARCAR.


ITEM D

Joana, quando voltou à sua residência, na terça-feira, encontrou-a assaltada.

Confrontando:

1. Joana, quando voltou A SEU apartamento...
2. Joana, quando voltou AO SEU apartamento...

Perceba que a presença do artigo é facultativa, logo CRASE FACULTATIVA.

1. Joana, quanto voltou a sua residência...
2. Joana, quando voltou à sua residência...

CONCLUSÃO: não marcar.


3. “(...) o guri curioso que eu era (...)”

O termo sublinhado, na passagem acima, apresenta a função sintática de:

a) sujeito;
b) objeto direto;
c) pronome relativo;
d) predicativo do sujeito;
e) adjunto adverbial de intensidade.


COMENTÁRIO

Será que o QUE é conjunção ou pronome, nesse caso?

Se pronome, substitui um pronome ou um nome ou um grupo nominal.
Se conjunção, não apresenta tais considerações.

O que quando é pronome (relativo) aceita ser trocado por O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS.

Logo:

...o guri curioso O QUAL eu era...

Concluímos que se trata de um pronome. O pronome relativo exerce várias funções numa frase.
Tudo dependerá do ambiente em que ele estiver inserido.

Já que O QUAL substitui o grupo nominal “o guri curioso”, então, em forma mais clara, temos:

...o guri curioso O QUAL (= O GURI CURIOSO) eu era...

Eu era o guri curioso... Aqui, a expressão destacada funciona como PREDICATIVO DO SUJEITO, visto que o verbo SER é de Ligação.

Logo, o QUE é PREDICATIVO DO SUJEITO.

CONCLUSÃO: ITEM D

Por que não é o ITEM C?

Simplesmente porque a questão quer a FUNÇÃO do vocábulo, e não a CLASSE!

segunda-feira, 6 de abril de 2009



Olá a todos!

Hoje vamos abordar questões desta grande organizadora.

Sinta-se à vontade.

(PRF– CESPE/2008)

1. Considerando que os fragmentos de texto incluídos nas opções abaixo, na ordem em que são apresentados, são partes sucessivas de um texto adaptado (Internet: ), assinale a opção em que foram atendidas as normas da língua padrão escrita.

A - À proporção em que o Império Romano conquistou territórios, as novas províncias seriam contempladas com estradas, as quais eram construídas com base em esquema já adotado em outras localidades.

B - No auge da dominação dos romanos, na região mediterrânea o principal complexo viário do Império, media, inclusive com as estradas marginais, aproximadamente 150.000 quilômetros.

C - Os comerciantes romanos vislumbram a vantagem dessa obra para o desenvolvimento comercial e diferente de outros povos do Mediterrâneo, utilizaram as estradas para aumentarem o lucro de sua atividade.

D - Esse fato incrementou as transações comerciais no interior continental, o que acarretou vigorosa expansão mercantil do Império Romano e comércio especializado em determinados produtos.

E - O comércio dos romanos, que, no passado, fora realizado, unicamente por meio de portos, passaram a dedicar-se principalmente, a venda de produtos alimentícios, dentre os quais destacam-se vinho, azeite, cereais, carnes, entre outros.


COMENTÁRIOS

Questões dessa natureza são muito comuns, atualmente, em provas de concursos públicos, sobretudo, em se tratando de renomadas organizadoras como ESAF, CESPE e FCC.

Nesta circunstância, temos que ficar demais atentos, uma vez que não se sabe, especificamente, a que conteúdo da gramática a questão se refere. Em alguns casos, no enunciado, há referência explícita ao assunto, como, por exemplo, Crase, Concordância, Regência entre outros.

No caso acima, porém, a organizadora não nos informa. Apenas quer o item que está correto segundo as normas gramaticais. Logo, todo cuidado é pouco.

Vamos ao que interessa!

ANALISANDO ITEM POR ITEM.

VAMOS POR PARTES... À JACK ESTRIPADOR!


ITEM A

“À proporção em que o Império Romano conquistou territórios, as novas províncias seriam contempladas com estradas, as quais eram construídas com base em esquema já adotado em outras localidades”.

1º - De início, já existe um erro. À proporção em que..., na verdade, era para ser À PROPORÇÃO QUE. As gramáticas não trazem a primeira construção.

2º - Há erro quanto à falta de articulação verbal entre os verbos CONQUISTAR e SER. Um está no passado perfeito (CONQUISTOU), enquanto o outro está futuro do passado (SERIAM).

Vamos pôr ordem na casa.

RESOLUÇÃO:

a) À proporção que o Império Romano CONQUISTOU (passado perfeito) territórios, as novas províncias FORAM CONTEMPLADAS (passado perfeito)...FORAM CONSTRUÍDAS (passado perfeito)...

b) À proporção que o Império Romano CONSQUISTAVA (passado imperfeito) territórios, as novas províncias ERAM CONTEMPLADAS (passado imperfeito)...ERAM CONSTRUÍDAS(passado imperfeito)...

c) À proporção que o Império Romano CONQUISTA (presente) territórios, as novas províncias SÃO CONTEMPLADAS (presente)...SÃO (presente)...

Ou seja, agora sim está havendo uma correta articulação entre os tempos verbais.

Então, encontramos dois erros: um, a respeito da locução conjuntiva; outro, sobre articulação de tempo verbal.

CONCLUSÃO: ITEM INCORRETO.


ITEM B

“No auge da dominação dos romanos, na região mediterrânea o principal complexo viário do Império, media, inclusive com as estradas marginais, aproximadamente 150.000 quilômetros”.

O fragmento exige do candidato conhecimentos lingüísticos no tocante ao correto emprego da vírgula.

1º - Deveria haver uma vírgula após “mediterrânea”. A expressão “na região mediterrânea” funciona como um ADJUNTO ADVERBIAL deslocado, neste caso, antes do sujeito da oração.
Perceba a primeira vírgula do período. Ela está lá por separar outro ADJUNTO ADVERBIAL deslocado (“no auge da dominação dos romanos”).


Corrigindo, então:

“ [No auge da dominação dos romanos ] , [ na região mediterrânea ] , o principal complexo viário do Império...

2º - No primeiro caso, o erro foi de ausência de vírgula. Já neste segundo, houve a presença desnecessária desse pontinho. Perceba que ele está separando o sujeito do verbo.

...o principal complexo viário do Império, media,..

Percebe a vírgula? Separa sujeito de predicado (= VERBO), e isso implica erro gramatical.

ÚLTIMAS PALAVRAS:

Quanto ao correto emprego da vírgula, lembre-se sempre de encontrar estes três elementos:

SUJEITO – VERBO – COMPLEMENTO

A oração do item, de um modo bem simples, é

“O principal complexo viário do Império media 150,000 quilômetros”.

Pronto. Desse jeito, temos os principais termos da oração. Sujeito, Verbo e Complemento. O resto é secundário, gramaticalmente falando. Preste atenção: somente em relação a esse trio! Porque cada termo tem a sua importância.


Sendo assim,

[ No auge da dominação dos romanos ] , [ na região mediterrânea ] , o principal complexo viário do Império media, [ inclusive com as estradas marginais ] , aproximadamente (neste caso, é facultativa a vírgula por ser o adjunto adverbial representado por uma só palavra) 150.000 quilômetros”.

CONCLUSÃO: ITEM INCORRETO.


ITEM C

“Os comerciantes romanos vislumbram a vantagem dessa obra para o desenvolvimento comercial e diferente de outros povos do Mediterrâneo, utilizaram as estradas para aumentarem o lucro de sua atividade”.

Mais uma vez temos um erro referente ao emprego da vírgula.

1º - Perceba a coordenação:

“Os comerciantes romanos vislumbraram a vantagem (...) e utilizaram as estradas...”

No meio dessa estrutura coordenada, há uma expressão intercalada. Logo, teria que haver uma vírgula.

CORREÇÃO:

“Os comerciantes romanos vislumbram a vantagem dessa obra para o desenvolvimento comercial e , [ diferente de outros povos do Mediterrâneo ] , utilizaram as estradas para aumentarem o lucro de sua atividade”.

Essa expressão intercalada, sendo um ADJUNTO ADVERBIAL, tem a propriedade de mover-se para qualquer parte da oração, desde que se empregue a vírgula (esse é o preço da mobilidade...).

Porém, nesse caso, com tal mobilidade haveria alteração semântica, isto é, mudança de sentido em relação à oração original.

“A boa análise sintática exige a interpretação dos enunciados, não a aplicação de receitas, ou dicas”. Que frase interessante, heim?! Ela é de Sírio Possenti, professor do Departamento de Lingüística da Unicamp.

A BUSCA DO SENTIDO ORIGINAL

A interpretação dessa expressão intercalada é que os romanos utilizaram as estradas para aumentarem o lucro de sua atividade, DIFERENTEMENTE DE OUTROS POVOS DO MEDITERRÂNEO, por talvez estes se utilizarem de portos, investirem no comércio marítimo...(quem sabe?!)

O ADJUNTO ADVERBIAL recai sobre o conteúdo significativo introduzido pelo verbo UTILIZAR.

Se estivesse antes do verbo VISLUMBRAR, certamente iria suscitar sentido distinto do da frase matriz.

“Os comerciantes romanos , [ diferente de outros povos do Mediterrâneo ] , vislumbram a vantagem dessa obra para o desenvolvimento comercial e utilizaram...


Isso é LÍNGUA PORTUGUESA. Sem “decorebas”, sem “bizus”, sem “mistérios”, sem “obscurantismo”, sem “encenação”.


CONCLUSÃO: ITEM INCORRETO.


ITEM D

“Esse fato incrementou as transações comerciais no interior continental, o que acarretou vigorosa expansão mercantil do Império Romano e comércio especializado em determinados produtos”.

Que erro? Não há erro. ITEM CORRETO.

ITEM E

“O comércio dos romanos, que, no passado, fora realizado, unicamente por meio de portos, passaram a dedicar-se principalmente, a venda de produtos alimentícios, dentre os quais destacam-se vinho, azeite, cereais, carnes, entre outros”.

Neste item, temos uma série de erros quanto à norma gramatical.

1º - Concordância Verbal:

O COMÉRCIO dos romanos ... PASSOU A DEDICAR-SE...

COMENTÁRIO PERTINENTE:

Questões de concordância verbal, sobretudo nas provas do CESPE (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos) e da FCC (Fundação Carlos Chagas), exigem atenção do candidato para o NÚCLEO DO SUJEITO do verbo.

Veja:

“A existência de crimes hediondos, nas últimas décadas, têm chocado a população”

O sujeito é A EXISTÊNCIA DE CRIMES HEDIONDOS, cujo núcleo é EXISTÊNCIA. Logo o verbo concorda com ele no singular, sem o acento circunflexo, neste caso, indicando o plural do verbo: EXISTÊNCIA...TEM CHOCADO...

Correção:

“A existência de crimes hediondos, nas últimas décadas, tem chocado a população”.

2º - Emprego da vírgula:

Perceba que o período apresenta muitas vírgulas, algumas desnecessárias.

Veja:
“O comércio dos romanos, que, no passado, fora realizado, unicamente por meio de portos,

O excerto acima é um tanto fragmentado. Isso exige conhecimento pleno sobre o emprego correto da vírgula.

Vamos justificar a razão de o autor tê-la utilizado tantas vezes.

a) A primeira vírgula separa uma ORAÇÃO ADJETIVA EXPLICATIVA, por isso a vírgula:

Perceba que é uma informação adicional: “QUE, NO ANO PASSADO, FORA REALIZADO, UNICAMENTE POR MEIO DE PORTOS”.

Note que ela está entre o SUJEITO e o VERBO: “O comércio dos romanos passou a dedicar-se”

b) A segunda deve-se ao ADJUNTO ADVERBIAL deslocado: NO ANO PASSADO;

c) Está aqui o erro: “UNICAMENTE” poderia ficar com ou sem vírgula. Já que o autor colocou uma, deveria ter colocado a outra.

RESOLUÇÃO:

“O comércio dos romanos, que, [ no ano passado ] , fora realizado , [ UNICAMENTE ] , por meio de portos , ...”

3º - Outro erro referente à vírgula:

“O comércio dos romanos, que, no passado, fora realizado, unicamente por meio de portos, passaram a dedicar-se principalmente, a venda de produtos alimentícios, dentre os quais destacam-se vinho, azeite, cereais, carnes, entre outros”.

RESOLUÇÃO:

A palavra “principalmente” poderia ou não estar virgulada. Já que há uma vírgula depois, o autor deveria ter posto outra antes.

...passaram a dedicar-se , [ PRINCIPALMENTE ] , a venda...


4º - Quanto à regência do verbo DEDICAR.

Ora, quem DEDICA, DEDICA algo A alguém. Ou

Quem SE DEDICA SE DEDICA A ALGO ou A ALGUÉM.

Veja:

“O comércio dos romanos, que, no passado, fora realizado, unicamente por meio de portos, passaram a dedicar-se principalmente, a venda de produtos alimentícios, dentre os quais destacam-se vinho, azeite, cereais, carnes, entre outros”.

RESOLUÇÃO:

Vamos pensar:

Se no lugar da palavra VENDA, que é substantivo feminino, tivéssemos um masculino?

Por exemplo, FORNECIMENTO. Seria assim:

...passaram a DEDICAR-SE , principalmente , AO FORNECIMENTO...

Ora, se com a palavra masculina apareceu um ARTIGO, logo aparecerá também com a palavra feminina.

Veja o confronto:

1. ...passaram a DEDICAR-SE , principalmente , A O fornecimento...
2. ...passaram a DEDICAR-SE , principalmente , A A venda...

Como são duas vogais idênticas, ocorre uma fusão, chamada CRASE.

Leia a frase 2 e perceba esse som estranho A + A. Numa leitura descompromissada, você nem percebe o som desses dois As. Porque eles se fundem. Para evidenciar que houve essa fusão, teremos que colocar este acento ` , conhecido como ACENTO GRAVE, isto é, INDICATIVO DE CRASE.

Logo,

...passaram a DEDICAR-SE , principalmente , À venda...


5º - Erro quanto à articulação verbal e colocação pronominal:

a) ARTICULAÇÃO VERBAL:

...passaram a dedicar-se principalmente, a venda de produtos alimentícios, dentre os quais destacam-se vinho, azeite, cereais, carnes, entre outros”.

Vamos destacar os verbos do período:

1. ...PASSARAM A DEDICAR-SE... (PASSADO)

2. ...DESTACAM-SE...(PRESENTE)

O “passar” está no PASSADO, enquanto “destacar” está no PRESENTE!

RESOLUÇÃO:

...PASSARAM A DEDICAR-SE à venda de produtos alimentícios, dentre os quais DESTACARAM-SE...


b) COLOCAÇÃO PRONOMINAL:

...dentre os quais SE destacaram...

A FRASE ESCRITA CONFORME AS REGRAS GRAMATICAIS:

“O comércio dos romanos, que, no passado, fora realizado, unicamente, por meio de portos, passaram a dedicar-se, principalmente, à venda de produtos alimentícios, dentre os quais destacaram-se vinho, azeite, cereais, carnes, entre outros”.


2. Assinale a opção em que o trecho apresentado atende plenamente às normas gramaticais.

A - Até 400 a.C., os romanos utilizavam caminhos de terra para deslocar-se da sua capital as cidades vizinhas. O ataque gaulês de Breno, em 390 a.C., que se revelou desastroso para os romanos, mostrou a ineficácia do sistema defensivo de Roma, devido principalmente a lentidão de movimentação das tropas sobre o que eram apenas caminhos pouco aptos para eles se moverem.

B - A necessidade de melhor defesa, associada à vontade de expansão e de hegemonia sobre a Itália, levou a República Romana, ainda frágil e ameaçada, a pôr em questão estruturas escassamente adaptadas a esses desejos. Eram necessárias rotas sólidas que permitissem a circulação mais rápida e segura, mas, sobretudo, que facilitassem a mobilidade das tropas.

C - A primeira via em território do Império Romano foi criada em 312 a.C. por Ápio Cláudio Cego, para unir Roma à cidade de Cápua e fora denominada Via Ápia. Em finais da República, o conjunto do território da península italiana estava dotada com grandes arterias, ostentando cada rota o nome do censor que a criara. Essas vias não estavam pavimentadas, salvo no interior das cidades.

D - Os romanos destacaram-se como engenheiros. Suas obras estenderam-se por todo Império, e grande parte da divulgação se deveu a extensa rede viária. Apesar de não oferecer o conforto do asfalto dos dias de hoje, dado que as rochas de basalto não proporcionam grande continuidade e suavidade ao terreno, a verdade é que, essas rochas encontram-se 2.000 anos depois, ainda bem fixadas nos percursos.

E - O fato de as rochas das vias romanas estarem fixas até hoje deve-se, provavelmente, a técnica de preparação do terreno, no qual eram colocadas várias camadas de materiais para assegurar a sua estabilidade e, só no final, era feito, com as rochas, a cobertura. Essas vias são, atualmente, protegidas como patrimônio mundial. A grande extensão da cobertura oferecida pelas estradas romanas deu origem ao ditado popular “todos os caminhos levam à Roma”. Opções adaptadas de Internet: .


COMENTÁRIOS


ITEM A

O erro é referente à CRASE. Não houve respeito quanto à regência do verbo DESLOCAR-SE, que pede dois complementos preposicionados, e à locução prepositiva DEVIDO A. Em ambos os casos, teríamos o fenômeno CRASE, isto é, a fusão entre dois As, no caso: preposição + artigo.

Veja:

“Até 400 a.C., os romanos utilizavam caminhos de terra para deslocar-se da sua capital as cidades vizinhas. O ataque gaulês de Breno, em 390 a.C., que se revelou desastroso para os romanos, mostrou a ineficácia do sistema defensivo de Roma, devido principalmente a lentidão de movimentação das tropas sobre o que eram apenas caminhos pouco aptos para eles se moverem”.

CORREÇÃO:

1º - Caso: CRASE

...para deslocar-se “PARA AS” (DICA) cidades vizinhas... LOGO

...para deslocar-se ÀS cidades vizinhas...

2º - Caso: CRASE (de novo)

...devido principalmente “AO (DICA) vagar”...LOGO

...devido principalmente À lentidão...

CONCLUSÃO: ITEM INCORRETO.


ITEM B – ITEM CORRETO.


ITEM C

Erro de acentuação gráfica.

...o conjunto do território da península italiana estava dotada com grandes arterias...

Faltou o acento agudo na vogal E, uma vez que a palavra é PAROXÍTONA terminada em DITONGO.

CONCLUSÃO: ITEM INCORRETO

ITEM D

Dois erros: CRASE e VÍRGULA

1º - Caso: CRASE

...e grande parte da divulgação se deveu a extensa rede viária...

O verbo exige preposição A, logo, como existe um artigo feminino acompanhando o substantivo “extensa”, haveria CRASE, a fusão.

...e grande parte da divulgação SE DEVEU À extensa rede viária...

2º - Caso: VÍRGULA

...a verdade é que, essas rochas encontram-se...

O que aparece após o verbo SER, que é de Ligação, é o PREDICATIVO DO SUJEITO em forma de oração. Logo, essa vírgula é desnecessária. Ela poderia estar correta, desde que houvesse alguma expressão intercalada (um adjunto adverbial, por exemplo) entre o “QUE” e “ESSAS ROCHAS”.

Suponhamos, então, este exemplo:

...a verdade é que, [ mesmo assim ], essas rochas encontram-se...

Nesse caso, a construção está correta.

MAIS:

...a verdade é que, essas rochas encontram-se 2.000 anos depois , ainda bem fixadas nos percursos.

A segunda vírgula está separando o adjunto adverbial “2000 anos depois”. Nessa circunstância, se o autor colocou uma vírgula depois, deveria ter posto uma antes, pois se trata de uma expressão deslocada.

Logo:

...a verdade é que essas rochas encontram-se, [ 2000 anos depois ] , ainda bem...


CONCLUSÃO: ITEM INCORRETO


ITEM E

Neste item há erros: CRASE e CONCORDÂNCIA NOMINAL.

1º - Caso: CRASE

“O fato de as rochas das vias romanas estarem fixas até hoje deve-se, provavelmente, a técnica de preparação do terreno...”

O verbo destacado exige preposição A, sendo assim tem de haver CRASE, pois a palavra feminina “técnica” está antecedida de artigo feminino.

Veja:

...deve-se, provavelmente, à técnica...

2º - Caso: CONCORDÂNCIA NOMINAL

..de preparação do terreno, no qual eram colocadas várias camadas de materiais para assegurar a sua estabilidade e, só no final, era feito, com as rochas, a cobertura.

Se invertêssemos a posição desses dois grupos de palavras:

...a cobertura, [ com as rochas ] , era feita...

3º - Caso: CRASE (de novo)

...ao ditado popular “todos os caminhos levam à Roma”.

Se no lugar do verbo LEVAR, tivéssemos ESTAR.

Observe:

“...ao ditado popular “todos os caminhos ESTÃO EM Roma””

Haveria somente a presença da preposição (em).

Sendo assim, no caso original, haverá, portanto, somente a preposição A.

Veja:

...ao ditado popular “todos os caminhos levam A Roma.

CONCLUSÃO: ITEM INCORRETO

Aqui, finalizamos.
Espero que todos tenham apreendido bem as explicações.

Por enquanto só.
Abraços!

Prof. Hugo Magalhães.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

QUESTÕES da FCC


VOZES DO VERBO em QUESTÕES DA FCC (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS)

Olá a todos os visitantes deste curioso BLOG!

Hoje vamos compartilhar algumas resoluções de questões da FCC referentes à Voz Verbal, assunto certo em qualquer prova dessa ilustre organizadora.
Sendo assim, passemos, brevemente, pela teoria.

Voz Verbal, segundo Rocha Lima, é o acidente que expressa a relação entre o processo verbal e o comportamento do sujeito” Eis as vozes:

a) ATIVA: em que o sujeito é o agente do processo indicado pelo verbo:

O prisioneiro fugiu.
Um incêndio destruiu o prédio.

b) PASSIVA: Em que o sujeito é paciente do processo verbal.
Existem duas: ANALÍTICA E SINTÉTICA.

b.1. PASSIVA ANALÍTICA: SER + PARTICÍPIO (-ado(a) / -ido(a) / -to (a)) :

O prédio foi destruído pelo incêndio.

b.2 PASSIVA SINTÉTICA (PRONOMINAL): o SE é a chamado de PARTÍCULA APASSIVADORA (P.A);
V.T.D + SE
V. T. D. I + SE

Vendem-se cartões telefônicos.
(V.T.D + SE)

Pediu-se silêncio a todos.
(V.T.D.I + SE)

c) REFLEXIVA: O sujeito pratica e sofre a ação.

Desmoralizado, o ditador matou-se.

d) VOZ RECÍPROCA: há mais de um sujeito, sendo que um pratica a ação verbal sobre outro.

Os colegas se abraçaram.
Os noivos se amam.
Nós nos cumprimentamos.

DETALHE:

Toda frase de VOZ ATIVA é conversível numa de VOZ PASSIVA e vice-versa. E isso se dá, SOMENTE, com VERBO TRANSITIVO DIRETO (VTD) ou BITRANSITIVO (VTDI).

Veja:

1. O jogador chutou a bola = VOZ ATIVA. (CHUTAR = VTD)

Fazendo a transposição para a VOZ PASSIVA (transformando o OBJETO DIRETO em SUJEITO).

1. A bola foi chutada pelo jogador. à VOZ PASSIVA (ANALÍTICA)


2. Os alunos fizeram todas as tarefas. à VOZ ATIVA (FAZER = VTD)

2. Todas as tarefas foram feitas pelos alunos. à VOZ PASSIVA (ANALÍTICA)


OBSERVE ESTAS FRASES:

a) A empresa precisa de mais funcionários.
b) A vida é bela.
c) A flor desabrochou.

Nas orações supracitadas é impossível fazer a conversão de voz. Porque, simplesmente, não temos verbos transitivos. E sim, verbo transitivo indireto (VTI), de ligação (VL) e intransitivo (VI), respectivamente.


3. O professor entregou o teste aos alunos. à VOZ ATIVA (ENTREGAR = VTDI)

3. O teste foi entregue pelo professor aos alunos. à VOZ PASSIVA (ANALÍTICA)


e) VOZ MÉDIA: relacionada a uma ação espontânea. Não interessa saber quem é o agente ou paciente, e sim o fato em si.

A lâmpada queimou.
O vidro trincou.

AGORA VAMOS ÀS QUESTÕES.

1. TRF - 2001

Transpondo-se para a voz passiva a frase A privação da substância produz sintomas, obtém-se a forma verbal

(A) é produzida.
(B) produz-se.
(C) eram produzidos.
(D) são produzidos.
(E) foram produzidos.

COMENTÁRIO

A primeira coisa a se fazer nessa circunstância é sublinhar o verbo.
Se a questão pede a transposição de voz, o verbo certamente é TRANSITIVO DIRETO ou BITRANSITIVO (muito raro em questões da Carlos Chagas).
Dessa forma, vamos transformar o OBJETO em SUJEITO. Logo, a resposta é o item D.

2. TRE - 2002

... os rumores relativos a essas pesquisas nem se confirmam...
A forma verbal correta, de sentido idêntico ao da grifada acima, é

(A) são confirmados.
(B) foi confirmado.
(C) tinham confirmado.
(D) está sendo confirmado.
(E) confirmou-se.

COMENTÁRIO

A questão pede transposição de voz. Nesse caso, perceba o pronome SE. Correto? Então, provavelmente, trata-se de VOZ PASSIVA SINTÉTICA, o que vamos perceber adiante.

Se a questão está tratando de VOZ VERBAL e se podemos verificar a presença de um SE na construção com o verbo, conclui-se que ela está trabalhando com a PASSIVA SINTÉTICA. Logo, SEMPRE é possível a transposição da PASSIVA SINTÉTICA para a ANALÍTICA.

Veja:

1. VENDEU-SE ESTE TERRENO = ESTE TERRENO FOI VENDIDO.
2. HÁ MUITO QUE SE NOTAM ESSES DETALHES = HÁ MUITO QUE ESSES DETALHES SÃO NOTADOS.

Dessa forma, em ... os rumores relativos a essas pesquisas nem se confirmam...

A frase correspondida é OS RUMORES RELATIVOS A ESSAS PESQUISAS NÃO SÃO CONFIRMADOS...

Portanto, item A.

3. TRE - 2004

Destas raízes espremidas e raladas se faz farinha que se come...

As formas verbais do segmento acima grifado estão corretamente transpostas para formas equivalentes na frase:

(A) fazem farinha para ser comida.
(B) Tinham feito farinha e comido.
(C) É feita farinha que é comida.
(D) Foi feita farinha que eles comeram.
(E) Fizeram farinha que foi comida.

COMENTÁRIO

Novamente temos uma construção de VERBO + SE, não importa a posição desse pronome, se antes ou depois do verbo. Ora, se a questão trabalha com voz (perceba no enunciado “TRANSPOSTAS”), então deve ser a PASSIVA SINTÉTICA.

Destas raízes espremidas e raladas se faz farinha que se come...

Note:

1. ...SE FAZ FARINHA
2. ...QUE SE COME , isto é, SE COME FARINHA ou COME-SE FARINHA

RESPOSTA

FARINHA É FEITA... ou É FEITA FARINHA

FARINHA É COMIDA...ou QUE É COMIDA

Item C.

4. TRF – 2004

NÃO admite transposição para a voz passiva a seguinte construção:

(A) O réu jamais admitiu a culpa.
(B) Entraves burocráticos dificultam a distribuição de justiça.
(C) Os mais cínicos colecionam “atestados de inocência”.
(D)) Mas nem sempre isso acaba por ocorrer.
(E) Ele ignorou a importância dos detalhes.

COMENTÁRIO

Agora ficou fácil. Ora, transposição de voz (ATIVA a PASSIVA e vice-versa) só se dá com VERBO TRANSITIVO DIRETO ou BITRANSITIVO (raríssimo em prova). Logo, para responder à questão, basta analisar a transitividade verbal.

LETRA A

O verbo é ADMITIR, que é TRANSITIVO DIRETO. Logo, é possível a conversão.

LETRA B

O verbo é DIFICULTAR, que é TRANSITIVO DIRETO. Logo, é possível também a conversão.

LETRA C

O verbo é COLECIONAR, que é também TRANSITIVO DIRETO. Assim, aceita conversão.

LETRA D

Temos aí uma locução verbal ACABA POR OCORRER, que é muito bem correspondida em ACABA OCORRENDO. Sendo assim, o verbo principal é o verbo OCORRER, o qual é INTRANSITIVO. Portanto, É ESTE O ITEM A MARCAR.

LETRA E

O verbo é IGNORAR, que é TRANSITIVO DIRETO. Logo, passível de conversão.


5. TRE – 2005

É exemplo de correta transposição da voz ativa para a passiva:

(A)) O nível de vida dessas populações as coloca à margem da modernidade = Essas populações são colocadas à margem da modernidade por seu nível de vida.
(B) Até agora não se estabeleceu a difícil harmonia entre essas duas tendências = Até agora não foi estabelecida a difícil harmonia entre essas duas tendências.
(C) Desenvolvem-se necessidades locais muito específicas = Foram desenvolvidas necessidades locais muito específicas.
(D) Os países dependem, cada vez mais, dos centros do imperialismo econômico = Os países são dependentes, cada vez mais, dos centros do imperialismo econômico.
(E) A nossa economia deve se ajustar a um ritmo variável = A nossa economia deve ser ajustada por um ritmo variável.

COMENTÁRIO

Essa questão é bem elaborada. Digna de Carlos Chagas.
Vamos analisar item por item.
Lembrando: A QUESTÃO QUER TRANSPOSIÇÃO DE VOZ ATIVA para PASSIVA!

ITEM A

(A) O nível de vida dessas populações as coloca à margem da modernidade = Essas populações são colocadas à margem da modernidade por seu nível de vida.

Primeiro: em que voz está o verbo? VOZ ATIVA. “O nível...” é o sujeito ativo, é o causador.

Fazendo a análise:

O verbo COLOCAR é TRANSITIVO DIRETO, ou seja, EXIGE OBJETO DIRETO.
Sendo assim, AS é o complemento verbal. Esse pronome AS, substitui a expressão nominal D(ESSAS POPULAÇÕES), por isso está no feminino-plural.

Veja:

O nível de vida dessas populações as (OD) coloca (VTD) (essas populações) à margem da modernidade.

Ora, para passar da VOZ ATIVA para a PASSIVA, basta transformar o OBJETO em SUJEITO. Dessa forma

ESSAS POPULAÇÕES SÃO COLOCADAS À MARGEM DA MODERNIDADE POR SEU NÍVEL DE VIDA...

É o que sugere a questão. Logo, item CORRETO.

ITEM B

(B) Até agora não se estabeleceu a difícil harmonia entre essas duas tendências = Até agora não foi estabelecida a difícil harmonia entre essas duas tendências.

Veja: a questão trata de VOZ do VERBO. Temos aí um SE. Então, provavelmente, está na VOZ PASSIVA SINTÉTICA.

Veja:

... não se estabeleceu a difícil harmonia...

Sendo assim, item INCORRETO. Porque a oração já está na voz passiva. A questão quer a transposição da VOZ ATIVA para a PASSIVA!

Com a continuação, percebemos que houve somente a mudança de SINTÉTICA para a ANALÍTICA.

...não se estabeleceu a difícil harmonia ... (SINTÉTICA) = ... a difícil harmonia foi estabelecida... (ANALÍTICA).

Percebeu?

Essa FCC é espertinha, heim?!

CONCLUSÃO: item INCORRETO.

ITEM C

(C) Desenvolvem-se necessidades locais muito específicas = Foram desenvolvidas necessidades locais muito específicas.

Na frase acima, temos um SE. Provavelmente temos VOZ PASSIVA SINTÉTICA. Perceba a concordância do verbo no plural com o sujeito também no plural. É, realmente, a oração está na voz PASSIVA. Então, ITEM INCORRETO. A questão pede ATIVA à PASSIVA.

DETALHE:

A oração seguinte, que está na PASSIVA ANALÍTICA (...foram desenvolvidas...), não corresponde corretamente à anterior, uma vez que o verbo DESENVOLVER, na primeira, está no PRESENTE, enquanto na segunda está no PASSADO (Foram desenvolvidas). O correto, NESTE CASO, seria
= SÃO DESENVOLVIDAS...
Mas mesmo assim não seria esse o item a ser assinalado, visto que não é isso que pede a questão.

ITEM D

(D) Os países dependem, cada vez mais, dos centros do imperialismo econômico = Os países são dependentes, cada vez mais, dos centros do imperialismo econômico.

ITEM INCORRETO. O verbo é TRANSITIVO INDIRETO (VTI), logo não aceita mudança de voz.

ITEM E

(E) A nossa economia deve se ajustar a um ritmo variável = A nossa economia deve ser ajustada por um ritmo variável.

AJUSTAR é BITRANSITIVO. Quem ajusta ajusta algo a algo ou alguém. Portanto, aceita transposição de voz.

Analisar sintaticamente é, antes de tudo, interpretar a sentença. O SE é reflexivo. Assim:

“A nossa economia deve SE ajustar a um ritmo variável”, isto é,

“A nossa economia deve ajustar ELA MESMA ou A SI MESMA a um ritmo variável”.

AJUSTAR = VTD;
SE (= NOSSA ECONOMIA) = OD;

Assim, NOSSA ECONOMIA tem de ser o SUJEITO da voz PASSIVA.

Conclusão:

“A nossa economia DEVE SER AJUSTADA A um ritmo variável”.

Quem vai ajustar nossa economia? Não se sabe. O problema do item encontra-se no fato de RITMO VARIÁVEL ter-se transformado em AGENTE. Ou seja, o entendimento fica

O ritmo variável deve ajustar a nossa economia.

Com isso, a frase perde seu sentido original.

Se ficasse conforme o exemplo de “conclusão”, o item estaria correto.

Boas questões da Carlos Chagas.

Por enquanto é só.

Espero que tenham entendido a explicação, senhores.

Em breve mais novidades.

Prof. Hugo Magalhães.

terça-feira, 31 de março de 2009

QUESTÕES da ESAF


Olá a todos!

Sim, sim, sim! Hoje vamos analisar algumas questões desta famigerada organizadora: ESAF.

Analisemos estas 4 questões.

1. (MTE - Auditor Fiscal - ESAF/2006) Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de concordância.

a) As riquezas geradas eram, de fato, imensas e as condições de vida nas cidades costumavam ser horríveis. Para se ter idéia, alguns recenseamentos ingleses, da década de 1840, relatam que o homem do campo vivia, em média, 50 anos e o da cidade, 30 anos.
b) Talvez esses números sejam indicadores da dramaticidade das modificações ocasionadas, na vida de milhões de seres humanos, pela Revolução Industrial.
c) Essa dramaticidade que, muitas vezes, nos escapa, mas que podemos entrever, como nos informa Hobsbawm, se levarmos em conta que era comum, nas primeiras décadas dos oitocentos, encontrar trabalhadores citadinos vivendo de forma que seria absolutamente irreconhecível para seus avós ou mesmo para seus pais.
d) A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades, fazem com que, nas palavras de Hobsbawm, “nada se tornasse mais inevitável” do que o aparecimento dos movimentos operários.
e) Aqueles trabalhadores, que viviam em condições insuportáveis, não tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudimentos de proteção pública.
(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/ Historico)

COMENTÁRIOS

Primeiramente, é importante saber o que se pede na questão. Isto é, limitar nossa análise. Como ela quer um erro de CONCORDÂNCIA, então vamos atentar somente para isso! Se o erro está relacionado à falta de concordância entre um substantivo e um adjetivo ( e outras palavras que concordam com o substantivo) ou à falta de concordância entre um verbo e um sujeito, respectivamente concordância nominal e verbal. Porque a banca quer, nesse caso, um erro de concordância. Logo, só pode ser CONCORDÂNCIA NOMINAL ou VERBAL.
Esse é o primeiro e grande passo, porque, em muitas vezes, o candidato, ao ler os itens, acha que uma vírgula está "estranha" ou a regência de tal palavra está errada etc. e, com isso, desloca o propósito para aspectos irrelevantes para a exata resolução da questão.

ANÁLISE DA ALTERNATIVA A.

Vamos observar todos os verbos.

"As riquezas geradas eram, de fato, imensas e as condições de vida nas cidades costumavam ser horríveis. Para se ter idéia, alguns recenseamentos ingleses, da década de 1840, relatam que o homem do campo vivia, em média, 50 anos e o da cidade, 30 anos".

Fazendo a correspondência entre verbo e sujeito:

ERAM - AS RIQUEZAS GERADAS
COSTUMAVAM SER - AS CONDIÇÕES DE VIDA NAS CIDADES
RELATAM - ALGUNS RECENSEAMENTOS INGLESES
VIVIA - O HOMEM DO CAMPO E O DA CIDADE (VIVIA)
Com isso, percebemos que não há nenhum erro quanto à concordância verbal. Se analisarmos a concordância nominal, observaremos que também está correta. Item correto.

ANÁLISE DA ALTERNATIVA B

"Talvez esses números sejam indicadores da dramaticidade das modificações ocasionadas, na vida de milhões de seres humanos, pela Revolução Industrial".

SEJAM - ESSES NÚMEROS
Nenhum problema. Item correto.

ANÁLISE DA ALTERNATIVA C

"Essa dramaticidade que, muitas vezes, nos escapa, mas que podemos entrever, como nos informa Hobsbawm, se levarmos em conta que era comum, nas primeiras décadas dos oitocentos, encontrar trabalhadores citadinos vivendo de forma que seria absolutamente irreconhecível para seus avós ou mesmo para seus pais".

ESCAPA - ESSA DRAMATICIDADE
PODEMOS ENTREVER - NÓS (DESINENCIAL)
INFORMA - HOBSBAWM
LEVARMOS - NÓS (DESINENCIAL)
ERA (COMUM) - faz-se a pergunta: O QUE "ERA COMUM"? A resposta será o SUJEITO = ENCONTRAR TRABALHADORES CITADINOS...
VIVENDO - TRABALHADORES CITADINOS
SERIA - QUE (= FORMA)
Está aí, todos os sujeitos foram encontrados. Item correto.

ANÁLISE DA ALTERNATIVA D

"A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades, fazem com que, nas palavras de Hobsbawm, “nada se tornasse mais inevitável” do que o aparecimento dos movimentos operários".

ORIGINOU - QUE (= A FRAGMENTAÇÃO DAS SOCIEDADES CAMPESINAS TRADICIONAIS)
FAZEM - Pergunta-se ao verbo FAZER: quem FAZ? Resposta = A FRAGMENTAÇÃO DAS SOCIEDADES CAMPESINAS TRADICIONAIS. Ou seja, há aí um erro, portanto, de CONCORDÂNCIA VERBAL, porque o verbo FAZER está no plural quando deveria estar no singular para concordar com o seu sujeito A FRAGMENTAÇÃO...
Isto é, A FRAGMENTAÇÃO DAS SOCIEDADES...FAZ COM QUE...
Item INCORRETO.

ANÁLISE DA ALTERNATIVA E

"Aqueles trabalhadores, que viviam em condições insuportáveis, não tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudimentos de proteção pública".

VIVIAM - QUE (= AQUELES TRABALHADORES)
TINHAM - AQUELES TRABALHADORES
Item correto.

2. (ANALISTA DE FIANÇAS E CONTROLE - ESAF/2006) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a opção correta.

( ) Seu existencialismo, assentado no postulado filosófico de que “a existência precede a essência”, naturalmente era de compreensão restrita.
( ) Sartre foi do existencialismo ao maoísmo e arrastou, com ele, as mentes mais agudas e os corações mais sensíveis.
( ) Pôs-se assim, ele, o grande libertário, a serviço de um dos grandes tiranos do século XX.
( ) Entretanto, o filósofo entregou-se ao maoísmo na última etapa da vida. Coerente, sempre, em viver cada opção doutrinária, foi vender na rua jornal afinado com o novo credo.
( ) Mas, pela rama, dava para entender que, se a vida era absurda, melhor era curti-la, e assim todo mundo queria ser existencialista.(Roberto Pompeu Toledo, Revista Veja, 6/04/2005, p. 142)

a) 5º, 1º, 2º, 3º, 4º
b) 4º, 3º, 5º, 1º, 2º
c) 1º, 5º, 3º, 2º, 4º
d) 3º, 4º, 2º, 5º, 1º
e) 2º, 1º, 5º, 4º, 3º

COMENTÁRIOS

Questões dessa espécie é certo em qualquer prova da ESAF. Não adianta, amigo (a), sempre aparece uma questão dessa natureza. A banca quer saber se o candidato tem habilidade linguística em organizar um texto seguindo aspectos de coesão e coerência.
Agora, preste atenção: não é oportuno nem um tanto conveniente você ler item por item. Primeiro: a questão é extensa! Você vai querer perder tempo? Não. Então...façamos isto:
leia somente as primeiras palavras de cada item.

FRASE-CHAVE: resolva por eliminação.

Por exemplo:

O primeiro parêntese começa com SEU EXISTENCIALISMO...

Ora, SEU se refere a alguém! Mas quem?! Nesse caso, o autor do texto já está falando de alguém! E nós, sendo leitores, não sabemos de quem se trata. Ou seja, erro textual. Teria de haver um contexto para saber a quem o autor se refere. Logo, é impossível esse item iniciar algum texto. CONCLUSÃO: ELIMINA-SE A ALTERNATIVA C.

O segundo parêntese já tem propriedade para iniciar qualquer texto.
CONCLUSÃO: DEIXEMOS EM "STAND BY" (como já dizem por aí...)

O terceiro parêntese começa com PÔS-SE, ASSIM, ELE, O GRANDE LIBERTÁRIO, ...

Calma aí! Temos "ASSIM", que neste caso, funciona como um modalizador discursivo pelo qual o autor do texto já menciona concluir certo pensamento. Porém, para isso, teria que haver um contexto, é claro. O que no caso não acontece. Só isso já eliminaria a possibilidade de esse parêntese iniciar o texto. Há, contudo, o pronome "ELE" que vem corroborar com nossa afirmação. Ora, "ELE" quem?! Ah, professor, ele é o GRANDE LIBERTÁRIO...Mas, amigos, quem o GRANDE LIBERTÁRIO é "ELE"...E "ELE" é quem no jogo do bicho?!
CONCLUSÃO: PELAS OPÇÕES, O QUE NOS RESTA É ESPERAR UM POUCO.

O quarto parêntese começa com ENTRETANTO, O FILÓSOFO...

Ora, ENTRETANTO, nesse ambiente, introduz a idéia de concessão, isto é, APESAR DE TUDO, MESMO ASSIM. E se você vai contrariar algo, teria de deixar claro a que é contrário, o que, na opção, não fica evidente. Logo, seria erro textual começar um texto por esse parêntese.
CONCLUSÃO: ELIMINA-SE A ALTERNATIVA B

O quinto e último parêntese começa com MAS...

"MAS" aí equivale simplesmente a ENTRETANTO ou NO ENTANTO ou TODAVIA ( e seus irmãozinhos sinônimos). Logo, introduz também idéia contrária. Se é contrária, é contrária a alguma coisa; pede-se, sendo assim, todo um contexto.
CONCLUSÃO: ELIMINA-SE A ALTERNATIVA D

Ficamos, portanto, entre a letra A e E. Agora, sim, fica mais fácil. A correta é a letra E.
Veja o texto na íntegra.
1º Sartre foi do existencialismo ao maoísmo e arrastou, com ele, as mentes mais agudas e os corações mais sensíveis.
2º Seu existencialismo, assentado no postulado filosófico de que "a existência precede a essência", naturalmente era de compreensão restrita.
3º Mas, pela rama, dava para entender que, se a vida é absurda, melhor é curti-la, e assim todo mundo queria ser existencialista.
4º Entretanto o filósofo entregou-se ao maoísmo na última etapa da vida. Coerente, sempre, em viver cada opção doutrinária, foi vender na rua jornal afinado com o novo credo.
5º Pôs-se assim, ele, o grande libertário, a serviço de um dos grandes tiranos do século XX.

Senhores, será dessa forma que resolveremos as questões de ordenação de parágrafos na ESAF.

Vejamos outra (só para fixar!):

3. (ESAF/2006) Os trechos a seguir constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a resposta correta.

( ) Essa meta, alcançada 53 anos depois, começou a ganhar contornos de realidade nos anos 80, quando a empresa atingiu a produção de 500 mil barris/dia.
( ) Criada pelo decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953, a Petrobras já nasceu com a missão de alcançar a auto-suficiênciana produção brasileira de petróleo.
( ) Entretanto, foi no início da década de 70 que começou a ser delineada a estratégia que resultaria nas primeiras conquistas da empresa. Na época, o país crescia a taxas de 10% ao ano, o que contribuiu para que, naquela década, o consumo de derivados duplicasse.
( ) Porém, foi depois do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações internacionais que a empresa conseguiu maior acesso ao mercado de capitais internacional. Com isso, obteve os recursos para financiar os investimentos necessários que resultaram na auto-suficiência.
( ) Assim, ao longo das últimas cinco décadas, diante do nacionalismo que cerca o petróleo no Brasil, os interesses da Petrobras confundiram-se com os do país.(Jornal do Brasil, 23/04/2006)

a) 2º, 1º, 3º, 5º, 4º
b) 1º, 2º, 3º, 4º, 5º
c) 3º, 1º, 4º, 2º, 5º
d) 4º, 5º, 1º, 3º, 2º
e) 5º, 3º, 2º, 1º, 4º

Nossa...que trabalho pela frente, heim?! Façamos isto: leiamos somente as primeiras linhas de cada item.

COMENTÁRIOS

PARÊNTESE 1 = ESSA META...

Que meta?! Se ele começou com um pronome, é porque o autor já havia mencionado anteriormente sobre ALGUMA META. Logo, esse parêntese jamais poderia iniciar um texto.
CONCLUSÃO: ELIMINA-SE A LETRA B

PARÊNTESE 2 = CRIADA PELO DECRETO...A PETROBRAS...

É plenamente possível esse item iniciar um texto.
CONCLUSÃO: DEIXEMOS EM "STAND BY".

PARÊNTESE 3 = ENTRETANTO, FOI...

"Entretanto" exprime idéia contrária. Se é contrário, é contrário a algo. Somente, então, só o contexto poderia nos informar a que se refere a contraposição de argumento. Logo, não poderia jamais iniciar um texto.
CONCLUSÃO: ELIMINA-SE A LETRA D

PARÊNTESE 4 = PORÉM, FOI DEPOIS...

Novamente temos uma palavra de significação contrária. Assim, como ENTRETANTO, não poderíamos iniciar um texto com essa palavra, simplesmente porque é necessário todo um contexto para que haja coesão certa.
CONCLUSÃO: ELIMINA-SE A LETRA E

PARÊNTESE 5 = ASSIM, AO LONGO...

Inexiste a possibilidade de esse parêntese iniciar um texto. Pois, ASSIM é um modalizador discursivo pelo qual se utiliza o autor para CONCLUIR algum argumento anterior. Logo, precisa de um contexto.
CONCLUSÃO: NÃO HÁ ALTERNATIVA QUE POSSA INICIAR.

Alternativas eliminadas: B - D - E. Sobraram as A e C.

O item correto é C.

4. (BACEN - ESAF/2001) Assinale a opção em que o trecho foi transcrito com erro de concordância verbal.

a) Antes da criação do Banco Central, as autoridades monetárias brasileiras eram a Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, o Banco do Brasil - BB e o Tesouro Nacional que, em conjunto, exerciam funções típicas de um banco central, paralelamente ao desempenho de suas atribuições próprias.

b) A SUMOC, criada com a finalidade de exercer o controle monetário e preparar a organização de um banco central, fixava os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários.

c) Além de receberem os depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais, o Banco do Brasil, por sua vez, desempenhava as funções de controlador das operações de comércio exterior, executor de operações cambiais em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional, executor das normas estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial.

d) O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda, cujo processamento, por ser complexo, acabava envolvendo diversos órgãos do governo. No ato da criação do Banco Central, no entanto, não ocorreu o seu completo aprimoramento institucional.

e) Embora o Tesouro Nacional fosse o banco emissor, realizava as emissões em função das necessidades do Banco do Brasil e não detinha com exclusividade os depósitos das instituições financeiras, que recolhiam suas reservas voluntárias ao Banco do Brasil, além de diversas outras disfunções.
(Trechos adaptados de http://www.bcb.gov.br – Histórico)

COMENTÁRIOS

Já que a questão quer erro de CONCORDÂNCIA VERBAL, tudo fica mais fácil. Porque, pelo menos, temos uma direção certa a seguir. Vamos nos preocupar somente com a concordância entre VERBO E SUJEITO e vice-versa. Achamos o verbo e, em seguida, seu sujeito.

LETRA A

"Antes da criação do Banco Central, as autoridade monetárias brasileiras eram a Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, o Banco do Brasil - BB e o Tesouro Nacional que, em conjunto, exerciam funções típicas de um banco central, paralelamente ao desempenho de suas atribuições próprias".

Fazendo a correspondência entre VERBO e SUJEITO:

ERAM - AS AUTORIDADES BRASILEIRAS MONETÁRIAS
EXERCIAM - QUE (= a Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, o Banco do Brasil - BB e o Tesouro Nacional)
CONCLUSÃO: NENHUM ERRO.

LETRA B

"A SUMOC, criada com a finalidade de exercer o controle monetário e preparar a organização deum banco central, fixava os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários".

FIXAVA - A SUMOC
CONCLUSÃO: NENHUM ERRO.

LETRA C

"Além de receberem os depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais, o Banco do Brasil, por sua vez, desempenhava as funções de controlador das operações de comércio exterior, executor de operações cambiais em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional, executor das normas estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial".

PERCEBEREM - O BANCO DO BRASIL.
OPA!
Faz-se a pergunta: QUEM RECEBEU os depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais?
REPOSTA: O BANCO DO BRASIL. Ora, então ele é o sujeito. E se está no singular, o verbo RECEBER deveria estar também no singular. Logo, houve um erro de CONCORDÂNCIA VERBAL.
CONCLUSÃO: É ESTE O ITEM A MARCAR.

LETRA D

"O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda, cujo processamento, por ser complexo, acabava envolvendo diversos órgãos do governo. No ato da criação do Banco Central, no entanto, não ocorreu o seu completo aprimoramento institucional".

ERA - O TESOURO NACIONAL
ACABAVA ENVOLVENDO - PROCESSAMENTO
OCORREU - SEU CORRETO APRIMORAMENTO INSTITUCIONAL
CONCLUSÃO: NENHUM ERRO.

LETRA E

"Embora o Tesouro Nacional fosse o banco emissor, realizava as emissões em função das necessidades do Banco do Brasil e não detinha com exclusividade os depósitos das instituições financeiras, que recolhiam suas reservas voluntárias ao Banco do Brasil, além de diversas outras disfunções".

FOSSE - O TESOURO NACIONAL
REALIZAVA - O TESOURO NACIONAL
DETINHA - O TESOURO NACIONAL
RECOLHIAM - OS DEPÓSITOS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
CONCLUSÃO: NENHUM ERRO.

Então, senhores, por enquanto é só.
Espero que tenham compreendido a explicação.
E aguardemos as próximas resoluções!

Abraço a todos.

Prof. Hugo Magalhães.