
Olá, senhoritas e senhores!
Temos hoje questões de aplicação de regras gramaticais.
Vamos ao que interessa?
1. Assinale a alternativa em que o verbo em destaque se apresenta com a mesma regência do grifado no período abaixo.
“Apenas lhe informaram que os bens de Domingos Leite haviam sido confiscados.”
a) “Com que então eu amava Capitu, e Capitu a mim?”
b) “Também não me esqueceu o que me fez uma tarde.”
c) “Então, Capitu abanava a cabeça (...): mas eu retorquia chamando-lhe maluca.”
d) “José Dias (...) a quem eu perdoava tudo, o mal que dissera, o mal que fizera (...).”
COMENTÁRIOS
O enunciado deixa bem claro: a questão trata de REGÊNCIA VERBAL.
O verbo INFORMAR exige dois complementos: UM SEM PREPOSIÇÃO; OUTRO, COM.
Veja:
1. Quem informa informa ALGO a ALGUÉM
2. Quem informa informa ALGUÉM de ALGO
ITEM A
Amar é verbo que pede só um complemento.
CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.
ITEM B
O verbo ESQUECER é de curiosa regência.
Vamos notar as possibilidades de construção com esse verbo.
a) SENDO PRONOMINAL (isto é, construído com um pronome oblíquo de mesma pessoa que o verbo): VTI
1. Eu me esqueci dos meus documentos.
Perceba, nesse caso, que o pronome ME é de 1ª pessoa, enquanto a forma verbal ESQUECER também é de 1ª pessoa. O verbo é Transitivo Indireto.
b) NÃO SENDO PRONOMINAL: VTD
2. Eu esqueci os meus documentos.
c) A “COISA” ESQUECIDA É O SUJEITO: VTI
3. Esqueceu-me este acontecimento.
E se fosse a construção assim:
Esqueceu-me DESTE ACONTECIMENTO. ????
Primeiro: o verbo não é pronominal, isto é, o pronome ME é de 1ª pessoa, enquanto o verbo é de 3ª pessoa.
Segundo: “este acontecimento” é a “coisa” esquecida, logo tem de ser SUJEITO.
É o caso do item.
“Também não me esqueceu o que me fez uma tarde.”
Reescrevendo a frase:
“O que me fez uma tarde também não me esqueceu”.
O “o” é SUJEITO do verbo ESQUECER, que é TRANSITIVO INDIRETO.
“Aquilo que me fez uma tarde não esqueceu a mim”.
CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.
ITEM C
“Então, Capitu abanava a cabeça (...): mas eu retorquia chamando-lhe maluca.”
O verbo CHAMAR não exige dois complementos, como a questão pede com o verbo INFORMAR.
Nesse item, o verbo é Transitivo Indireto. E “maluca” é o complemento atributivo do objeto. Em outras palavras, é o PREDICATIVO DO OBJETO.
CHAMANDO (VTI) + LHE (OI) + MALUCA (P.O)
Construções possíveis com esse verbo, no sentido de DAR NOME A. Ora é TRANSITIVO DIRETO ora é TRANSITIVO INDIRETO.
1. Chamei-o de doido.
2. Chamei-o doido.
3. Chamei-lhe de doido.
4. Chamei-lhe doido.
CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.
ITEM D
“José Dias (...) a quem eu perdoava tudo, o mal que dissera, o mal que fizera (...).”
Ora, quem perdoa perdoa ALGO a ALGUÉM. Isto é, o verbo PERDOAR exige dois complementos verbais.
Veja:
“José Dias (...) a quem eu perdoava tudo,..” A frase é
“Eu perdoava tudo a José Dias”.
Sintaticamente:
EU – SUJEITO
PERDOAVA – VTDI
TUDO – OBJETO DIRETO
A QUEM (referente a José Dias) – OBJETO INDIRETO
CONCLUSÃO: ITEM A MARCAR.
2. Há uma alternativa cujo emprego da crase é obrigatório. Assinale-a.
a) Ao ouvir a música, Clarissa chegou-se até à janela.
b) Eleonora entregou o presente de aniversário à Márcia.
c) Os guardas ficaram à distância de cem metros do local da explosão.
d) Joana, quando voltou à sua residência, na terça-feira, encontrou-a assaltada.
COMENTÁRIO
ITEM A
...Clarissa chegou-se até à janela.
Construções possíveis com ATÉ.
1. Chegou-se ATÉ o parque.
2. Chegou-se ATÉ ao parque.
A presença do artigo na palavra “parque” é facultativa. Logo CRASE FACULTATIVA.
1. Chegou-se ATÉ a janela.
2. Chegou-se ATÉ à janela.
CONCLUSÃO: não marcar.
ITEM B
Eleonora entregou o presente de aniversário à Márcia.
Aprende-se que diante de substantivos próprios femininos é facultativa a CRASE.
Sim, há alguma verdade nisso. Porém, vamos analisar o item.
...entregou o presente À MARCIA.
“Márcia” insere-se na regra, portanto. Por outro lado, a interpretação da frase sugere que “Márcia” é uma pessoa conhecida, íntima do locutor ou de Eleonora. Isso se deve porque existe a presença do artigo em relação ao substantivo. Quando empregamos um artigo a um substantivo próprio, referente a pessoas, indica intimidade.
Confrontando:
a) ...entregou o presente à Márcia (COM INTIMIDADE).
b) ...entregou o presente a Márcia. (SEM INTIMIDADE).
1. O Machado de Assis nasceu em Botafogo. (FRASE INCORRETA)
Será mesmo que o locutor teve intimidade com o famoso autor?
2. Machado de Assis nasceu em Botafogo. (FRASE CORRETA)
Veja esta frase:
3. Lucas, entregue este presente a Denise, minha filha.
A frase está INCORRETA. Ora, DENISE é filha do locutor, logo teria de haver a presença do ARTIGO, consequentemente CRASE.
3.1. Lucas, entregue este presente à Denise, minha filha. (FRASE CORRETA).
Estejamos atentos, portanto.
CONCLUSÃO: não marcar.
ITEM C
Os guardas ficaram à distância de cem metros do local da explosão.
À DISTANCE DE é locução prepositiva feminina, logo CRASE.
Assim como: À PROCURA DE, À FRENTE DE, À ESPERA DE etc.
CONCLUSÃO: ITEM A MARCAR.
ITEM D
Joana, quando voltou à sua residência, na terça-feira, encontrou-a assaltada.
Confrontando:
1. Joana, quando voltou A SEU apartamento...
2. Joana, quando voltou AO SEU apartamento...
Perceba que a presença do artigo é facultativa, logo CRASE FACULTATIVA.
1. Joana, quanto voltou a sua residência...
2. Joana, quando voltou à sua residência...
CONCLUSÃO: não marcar.
3. “(...) o guri curioso que eu era (...)”
O termo sublinhado, na passagem acima, apresenta a função sintática de:
a) sujeito;
b) objeto direto;
c) pronome relativo;
d) predicativo do sujeito;
e) adjunto adverbial de intensidade.
COMENTÁRIO
Será que o QUE é conjunção ou pronome, nesse caso?
Se pronome, substitui um pronome ou um nome ou um grupo nominal.
Se conjunção, não apresenta tais considerações.
O que quando é pronome (relativo) aceita ser trocado por O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS.
Logo:
...o guri curioso O QUAL eu era...
Concluímos que se trata de um pronome. O pronome relativo exerce várias funções numa frase.
Tudo dependerá do ambiente em que ele estiver inserido.
Já que O QUAL substitui o grupo nominal “o guri curioso”, então, em forma mais clara, temos:
...o guri curioso O QUAL (= O GURI CURIOSO) eu era...
Eu era o guri curioso... Aqui, a expressão destacada funciona como PREDICATIVO DO SUJEITO, visto que o verbo SER é de Ligação.
Logo, o QUE é PREDICATIVO DO SUJEITO.
CONCLUSÃO: ITEM D
Por que não é o ITEM C?
Simplesmente porque a questão quer a FUNÇÃO do vocábulo, e não a CLASSE!
Temos hoje questões de aplicação de regras gramaticais.
Vamos ao que interessa?
1. Assinale a alternativa em que o verbo em destaque se apresenta com a mesma regência do grifado no período abaixo.
“Apenas lhe informaram que os bens de Domingos Leite haviam sido confiscados.”
a) “Com que então eu amava Capitu, e Capitu a mim?”
b) “Também não me esqueceu o que me fez uma tarde.”
c) “Então, Capitu abanava a cabeça (...): mas eu retorquia chamando-lhe maluca.”
d) “José Dias (...) a quem eu perdoava tudo, o mal que dissera, o mal que fizera (...).”
COMENTÁRIOS
O enunciado deixa bem claro: a questão trata de REGÊNCIA VERBAL.
O verbo INFORMAR exige dois complementos: UM SEM PREPOSIÇÃO; OUTRO, COM.
Veja:
1. Quem informa informa ALGO a ALGUÉM
2. Quem informa informa ALGUÉM de ALGO
ITEM A
Amar é verbo que pede só um complemento.
CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.
ITEM B
O verbo ESQUECER é de curiosa regência.
Vamos notar as possibilidades de construção com esse verbo.
a) SENDO PRONOMINAL (isto é, construído com um pronome oblíquo de mesma pessoa que o verbo): VTI
1. Eu me esqueci dos meus documentos.
Perceba, nesse caso, que o pronome ME é de 1ª pessoa, enquanto a forma verbal ESQUECER também é de 1ª pessoa. O verbo é Transitivo Indireto.
b) NÃO SENDO PRONOMINAL: VTD
2. Eu esqueci os meus documentos.
c) A “COISA” ESQUECIDA É O SUJEITO: VTI
3. Esqueceu-me este acontecimento.
E se fosse a construção assim:
Esqueceu-me DESTE ACONTECIMENTO. ????
Primeiro: o verbo não é pronominal, isto é, o pronome ME é de 1ª pessoa, enquanto o verbo é de 3ª pessoa.
Segundo: “este acontecimento” é a “coisa” esquecida, logo tem de ser SUJEITO.
É o caso do item.
“Também não me esqueceu o que me fez uma tarde.”
Reescrevendo a frase:
“O que me fez uma tarde também não me esqueceu”.
O “o” é SUJEITO do verbo ESQUECER, que é TRANSITIVO INDIRETO.
“Aquilo que me fez uma tarde não esqueceu a mim”.
CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.
ITEM C
“Então, Capitu abanava a cabeça (...): mas eu retorquia chamando-lhe maluca.”
O verbo CHAMAR não exige dois complementos, como a questão pede com o verbo INFORMAR.
Nesse item, o verbo é Transitivo Indireto. E “maluca” é o complemento atributivo do objeto. Em outras palavras, é o PREDICATIVO DO OBJETO.
CHAMANDO (VTI) + LHE (OI) + MALUCA (P.O)
Construções possíveis com esse verbo, no sentido de DAR NOME A. Ora é TRANSITIVO DIRETO ora é TRANSITIVO INDIRETO.
1. Chamei-o de doido.
2. Chamei-o doido.
3. Chamei-lhe de doido.
4. Chamei-lhe doido.
CONCLUSÃO: não satisfaz a questão.
ITEM D
“José Dias (...) a quem eu perdoava tudo, o mal que dissera, o mal que fizera (...).”
Ora, quem perdoa perdoa ALGO a ALGUÉM. Isto é, o verbo PERDOAR exige dois complementos verbais.
Veja:
“José Dias (...) a quem eu perdoava tudo,..” A frase é
“Eu perdoava tudo a José Dias”.
Sintaticamente:
EU – SUJEITO
PERDOAVA – VTDI
TUDO – OBJETO DIRETO
A QUEM (referente a José Dias) – OBJETO INDIRETO
CONCLUSÃO: ITEM A MARCAR.
2. Há uma alternativa cujo emprego da crase é obrigatório. Assinale-a.
a) Ao ouvir a música, Clarissa chegou-se até à janela.
b) Eleonora entregou o presente de aniversário à Márcia.
c) Os guardas ficaram à distância de cem metros do local da explosão.
d) Joana, quando voltou à sua residência, na terça-feira, encontrou-a assaltada.
COMENTÁRIO
ITEM A
...Clarissa chegou-se até à janela.
Construções possíveis com ATÉ.
1. Chegou-se ATÉ o parque.
2. Chegou-se ATÉ ao parque.
A presença do artigo na palavra “parque” é facultativa. Logo CRASE FACULTATIVA.
1. Chegou-se ATÉ a janela.
2. Chegou-se ATÉ à janela.
CONCLUSÃO: não marcar.
ITEM B
Eleonora entregou o presente de aniversário à Márcia.
Aprende-se que diante de substantivos próprios femininos é facultativa a CRASE.
Sim, há alguma verdade nisso. Porém, vamos analisar o item.
...entregou o presente À MARCIA.
“Márcia” insere-se na regra, portanto. Por outro lado, a interpretação da frase sugere que “Márcia” é uma pessoa conhecida, íntima do locutor ou de Eleonora. Isso se deve porque existe a presença do artigo em relação ao substantivo. Quando empregamos um artigo a um substantivo próprio, referente a pessoas, indica intimidade.
Confrontando:
a) ...entregou o presente à Márcia (COM INTIMIDADE).
b) ...entregou o presente a Márcia. (SEM INTIMIDADE).
1. O Machado de Assis nasceu em Botafogo. (FRASE INCORRETA)
Será mesmo que o locutor teve intimidade com o famoso autor?
2. Machado de Assis nasceu em Botafogo. (FRASE CORRETA)
Veja esta frase:
3. Lucas, entregue este presente a Denise, minha filha.
A frase está INCORRETA. Ora, DENISE é filha do locutor, logo teria de haver a presença do ARTIGO, consequentemente CRASE.
3.1. Lucas, entregue este presente à Denise, minha filha. (FRASE CORRETA).
Estejamos atentos, portanto.
CONCLUSÃO: não marcar.
ITEM C
Os guardas ficaram à distância de cem metros do local da explosão.
À DISTANCE DE é locução prepositiva feminina, logo CRASE.
Assim como: À PROCURA DE, À FRENTE DE, À ESPERA DE etc.
CONCLUSÃO: ITEM A MARCAR.
ITEM D
Joana, quando voltou à sua residência, na terça-feira, encontrou-a assaltada.
Confrontando:
1. Joana, quando voltou A SEU apartamento...
2. Joana, quando voltou AO SEU apartamento...
Perceba que a presença do artigo é facultativa, logo CRASE FACULTATIVA.
1. Joana, quanto voltou a sua residência...
2. Joana, quando voltou à sua residência...
CONCLUSÃO: não marcar.
3. “(...) o guri curioso que eu era (...)”
O termo sublinhado, na passagem acima, apresenta a função sintática de:
a) sujeito;
b) objeto direto;
c) pronome relativo;
d) predicativo do sujeito;
e) adjunto adverbial de intensidade.
COMENTÁRIO
Será que o QUE é conjunção ou pronome, nesse caso?
Se pronome, substitui um pronome ou um nome ou um grupo nominal.
Se conjunção, não apresenta tais considerações.
O que quando é pronome (relativo) aceita ser trocado por O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS.
Logo:
...o guri curioso O QUAL eu era...
Concluímos que se trata de um pronome. O pronome relativo exerce várias funções numa frase.
Tudo dependerá do ambiente em que ele estiver inserido.
Já que O QUAL substitui o grupo nominal “o guri curioso”, então, em forma mais clara, temos:
...o guri curioso O QUAL (= O GURI CURIOSO) eu era...
Eu era o guri curioso... Aqui, a expressão destacada funciona como PREDICATIVO DO SUJEITO, visto que o verbo SER é de Ligação.
Logo, o QUE é PREDICATIVO DO SUJEITO.
CONCLUSÃO: ITEM D
Por que não é o ITEM C?
Simplesmente porque a questão quer a FUNÇÃO do vocábulo, e não a CLASSE!
Excelente as explicações.
ResponderExcluirPoderia comentar o seguinte exercicio ( TRT 15 - Tec. Jud-Adm. 2009)
... que um terço da geração (...) não tem condições de ascensão social.
A frase em que o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:
a) ... o que reforça o nexo entre educação de baixíssima qualidade e a escassez de mão de obra qualificada.
b) Fala-se em futuro...
c) ...que a educação de massa, no Brasil, já foi pior.
d) ... que ocorre em tantos outros aspectos da realidade do País...
e) ... para a qual contribuem professores despreparados e sobrecarregados.